Neste domingo de sol na capital pernambucana, o diretório estadual da sigla lulista decide se entrega ou não os cargos ocupados pelo PT na gestão socialista – atualmente, são 25, sendo um titular da pasta de Cultura no governo estadual, e um no comando da Habitação, na prefeitura.
O negócio é mais complicado do que o habitual porque todas as decisões podem ter reflexo na corrida ao Palácio da Alvorada em 2014.
Lula mandou os petistas se afastarem de Eduardo, mas pediu que não o bombardeassem, pois em um eventual segundo turno podem precisar dos votos dos socialistas.
O PT está dividido em dois blocos – pró-Humberto Costa (senador) e pró-João da Costa (ex-prefeito).
A reunião do diretório do PT em Pernambuco, para discutir o desembarque de cargos no governo Eduardo, promete durar o dia todo.
Não existe deliberação à vista nem tão cedo.
Nesta parte da manhã, o grupo de João da Costa, Tereza Leitão e Oscar Barreto chegaram a apresentar uma proposta para unificar o partido, que passava pela formação de uma comissão, com os dois grupos em disputa, desde as eleições municipais passadas.
Apesar de estar falando com a imprensa sobre a proposta, Tereza Leitão recebeu o pedido de não dar entrevista, pelo presidente do PT, afirmando que era hora de discutir internamente.
Pelo lado de Humberto Costa, estariam Bruno Ribeiro, Pedro Eugênio, Manoel Santos e Hercílio Maciel.
Pelo lado de João da Costa, Tereza Leitão, Gilson Guimarães, Mozart Sales e Eduardo Granja.
Não se deve esperar um entendimento.
Humberto Costa já fez um convite à militância e aos “verdadeiros petistas” a se unir para construir o palanque de Dilma, pois o seu bloco quer coloca Eduardo Campos na oposição ao PT.
Do outro lado, o grupo do ex-prefeito João da Costa resiste sob o discurso de que é preciso debater o PT com profundidade, esticando mais um pouco a relação com o PSB.
Para muitos analistas, tudo isto ainda é um saldo amargo da derrota do PT no Recife, que deixou um clima de descrédito em relação às principais lideranças frente a militância.
Na última sexta-feira (18), uma comitiva foi ao encontro da direção nacional do PT, presidida por Rui Falcão, para discutir o “caso” de Pernambuco, de longe o mais especial entre os Estados.
A reeleição da presidente Dilma Rousseff foi colocada como prioridade, sinal para que as rusgas sejam deixadas de lado.