O PSDB em Minas Gerais anuncou nesta sexta-feira que entrará na próxima semana com uma representação junto ao Ministério Público Federal contra a propaganda, que o partido considera enganosa, do Palácio do Planalto em Pernambuco e Minas Gerais. “A medida é uma resposta às recentes campanhas publicitárias veiculadas pelo governo da presidente Dilma Rousseff (PT), segundo o partido dotadas de mentiras, em relação a obras realizadas em Belo Horizonte e no Estado”.

O anúncio foi feito nesta sexta-feira (18) pelo presidente do PSDB mineiro, deputado federal Marcos Pestana.

Em entrevista coletiva, Pestana disse que o esforço do governo, “manipulando informações e abusando da máquina estatal de comunicação tendo claramente 2014 como foco, começou exatamente por Minas e Pernambuco. “Deve ser uma coincidência”, ironizou.

Nos dois Estados figuram os principais presidenciáveis da oposição ao PT: o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador Eduardo Campos (PSB-PE).

Veja trechos da entrevista: A representação “Temos um compromisso radical com a democracia e com a verdade.

Nunca a utilização da máquina governamental de comunicação foi feita desta forma.

As propagandas sobre Minas Gerais do governo federal são mentirosas, levam a população a conclusões falsas porque, na verdade, as grandes obras como metrô, BRT e tantas intervenções em Minas que estamos, em parceria com Marcio Lacerda, investindo e tocando, o governo federal está se apropriando indevidamente e induzindo as pessoas a uma leitura equivocada.

Então, vamos acionar o Ministério Público Federal, no sentido da investigação, se não é um caso clássico e claro de improbidade administrativa, mau uso dos recursos públicos que é o dinheiro da sociedade investido para disputa política, abuso do poder político da Presidência da República e, por outro lado, levando inverdades ao conhecimento da opinião pública e induzindo a leituras equivocadas e erradas, com o objetivo claramente político-eleitoral.” O abuso do PT “O Ministério Público Federal tem o seu papel institucional.

Ele é o advogado das leis, da Constituição e da sociedade.

Vamos acionar o Ministério Público para que ele, cumprindo o seu papel, evite distorções tão graves, o abuso que nem no governo Lula chegou ao limite insuportável que o governo Dilma está introduzindo.” A propaganda enganosa “A propaganda e as falas da presidente.

Recentemente em Itajubá, ela falou que investiu no sistema penitenciário R$ 120 milhões do governo federal.

Foram apenas 15 milhões.

Então, este tipo de manipulação de informação, de propaganda enganosa, é insuportável, é antirrepublicano e é antidemocrático.” Os falsos investimentos “Obras que são fruto de investimentos do Tesouro Municipal, da Prefeitura de Belo Horizonte, que são investimentos do Tesouro Estadual, do Governo de Minas, e empréstimos tomados nos bancos federais.

Mas são operações de crédito, endividamento.

Vai ter de pagar com juros e correção lá na frente.

Não são investimentos do governo federal.

Isso tudo é disfarçado e o governo federal fala que está realizando, através do PAC.

Exceto o metrô, não tem um níquel, um real furado do governo federal.” No foco de 2014 “É evidente que todo esse esforço, manipulação de informações e abuso da máquina governamental de comunicação tem um claro foco em 2014.

Não tenho nenhuma dúvida.

A presidente Dilma bateu o recorde do presidente Lula de cadeias de rádio e TV da Presidência.

Ela já convocou 15 cadeias em 2 anos e oito meses.

Mais do que o presidente Lula em 4 anos.

Então, há um uso abusivo, misturando o espaço de Estado – que é permanente, que é da sociedade, que é do país, da nação, da federação –, o espaço governamental e o espaço partidário.

O PT não consegue separar o que é o espaço de todos do espaço do PT.

Isso se chama aparelhismo, apropriação das ferramentas públicas de forma não republicana.” Minas e Pernambuco “Eu diria o seguinte, por algum motivo, deve ser algum critério.

Essas campanhas regionalizadas começaram por Minas e por Pernambuco.

Deve ser uma coincidência.” Os ataques às oposições “Ela fez pronunciamentos no 7 de setembro, Dia das Mulheres, Dia do Trabalho.

Esses espaços, desde a ditadura, passando por Sarney, Collor, Itamar e Fernando Henrique, até mesmo Lula –, são reservados para o estadista, para o presidente de todos os brasileiros. É em uma situação de guerra, em um lançamento de um plano econômico, uma catástrofe, uma epidemia, não é para fazer tática, propaganda eleitoral e polemizando, unilateralmente, com a oposição com frases do tipo: “Os pessimistas de sempre”, “Os pessimistas de plantão”, “Cuidado”, “Eu e você vamos fazer um grande Brasil”, “Mas olha, tem os pessimistas”.

Nos deem chances então de fazer o contraponto.

Símbolos oficiais Não tenho nenhuma dúvida que visa a campanha eleitoral.

Se vocês assistirem às fitas dos últimos quatro pronunciamentos deste ano, não tem um comunicado.

São comentários, análises, e com equívocos, porque todos os governos anteriores ao PT usavam o brasão da República, que é a representação da nação, da federação, da República.

O PT, pela primeira vez, inovou e introduziu logomarca de governo em um espaço que é de todos.

Aquele não é um espaço partidário, não é espaço de um governo, é o espaço da Presidência da República como instituição permanente.”