Foto: Renato Araújo/ABr Da Agência Estado O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta quinta-feira, 17, os manifestantes mascarados que têm promovido atos de vandalismo durante manifestações pelo país.

Ele esteve no Rio à noite, para o lançamento do “Mapa Estratégico do Comércio 2014-2020” pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), no hotel Copacabana Palace, na zona sul da cidade.

Em discurso que durou uma hora e meia, o presidente advertiu para os perigos da desqualificação da política, que ele considera uma ameaça à democracia.

Lula não se referiu nominalmente aos black blocs, como é chamado esse grupo de mascarados que promovem depredações, mas afirmou que é necessário fazer um debate sobre as mudanças no país. “Fiz muito movimento de rua, mas nunca coloquei uma máscara porque nunca tive vergonha do que fiz”, afirmou. “Sabe uma coisa que me assusta? É a facilidade que as pessoas têm para falar mal da política.

Nunca neguem a política.

Esses que seguem trabalhando contra a política decerto não têm noção de que não existe saída fora da política.

Quando não tem isso, vem o fascismo, o nazismo, a ditadura.

Então, a política é essencial”, continuou. “Acho que não devemos ter medo do debate.

A sociedade foi para a rua, ótimo.

Ninguém era mais eloquente do que Hitler.

Precisamos fazer tudo o que tem de ser feito neste país de forma democrática”, concluiu.

Lula afirmou que em 1978 era “ignorante” por dizer que não era político, não gostava de política nem de quem gostava de política.

O ex-presidente citou a frequência de manifestações no Rio e elogiou o governador Sérgio Cabral (PMDB).

Segundo Lula, nunca foram feitas tantas obras no Estado do Rio como durante o atual governo.