Da Folha de São Paulo Potenciais adversários da presidente Dilma Rousseff na corrida presidencial de 2014, o PSB de Eduardo Campos e o PSDB de Aécio Neves agem nos bastidores para estimular candidaturas de partidos de menor expressão.

O objetivo é aumentar a chance de segundo turno na disputa pelo Palácio do Planalto no próximo ano.

O alvo de tucanos e socialistas é o trio formado por PPS, PSOL e PSC.

Juntas, as três siglas têm 3min35seg no horário eleitoral de TV. “Outras candidaturas podem fortalecer a discussão”, disse Aécio à Folha.

Para o tucano, é “legítimo” que as siglas com condições legais de entrar na disputa lancem seus próprios candidatos.

Segundo Datafolha divulgado na semana passada, Dilma aparece com 42% das intenções de voto contra 21% de Aécio e 15% de Campos no cenário hoje mais provável para a corrida presidencial.

Nesse quadro, a petista seria reeleita no primeiro turno com vantagem de seis pontos percentuais para a soma dos rivais.

No entendimento dos opositores de Dilma, a soma dos votos válidos atribuídos a essas pequenas legendas seria decisiva para forçar uma segunda fase da eleição.

Preterido pelo tucano José Serra e pela ex-senadora Marina Silva, o PPS avançou na tese da candidatura própria.

O nome defendido pelo líder do partido na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), é o da ex-vereadora paulistana Soninha Francine. “Precisamos ampliar o arco da oposição para robustecer o embate.

O discurso da Soninha pode responder às demandas das manifestações de junho”, diz o deputado.

A pré-candidata afirma que “mais do que vencer”, quer “agregar valor às discussões e influenciar o debate”.

O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, prefere cautela e defende que “é preciso um candidato competitivo” para levar a disputa presidencial ao segundo turno.

O deputado Ivan Valente (SP), presidente do PSOL, diz que a legenda quer “ocupar o espaço à esquerda” e deve lançar o senador Randolfe Rodrigues (AP) ou o deputado Chico Alencar (RJ) para disputar a sucessão de Dilma.

A hipótese de o PSC lançar o Pastor Everaldo Pereira (PSC) ao Planalto também preocupa o governo.

Interlocutores da presidente monitoram pesquisas encomendadas pelo PT que já incluem o partido do líder evangélico.

Na órbita do governo, o PSC pode ser convencido a desistir da candidatura própria sob o argumento de que os cargos no primeiro e segundo escalão devem ser distribuídos de acordo com o número de deputados de cada sigla em eventual segundo mandato de Dilma.

Dessa forma, seria importante que o partido centrasse forças nas eleições estaduais.

Pelo menos por enquanto, o pastor não parece demovido de seu projeto. “Sou pré-candidato e vou com isso até o final”, disse à Folha.

Everaldo Pereira tem viajado pelo Brasil em pré-campanha desde o ano passado e aparece à frente de Eduardo Campos (PSB) em pesquisas regionais feitas pelo PSB e PT em Estados como Santa Catarina e Paraná.

Nesses casos, o pernambucano tem de 3% a 4% das intenções de voto, contra 4% ou 5% do candidato do PSC.

Sobre o desempenho nas pesquisas mostradas pessoalmente por dirigentes do PSB, o pastor afirma que “acredita em milagre”.

Bahia e Mato Grosso são outras duas regiões em que ele chega a quase 5% das intenções de voto. “Estou colhendo os frutos que plantei.

Vamos em frente”, diz.