Por Ayrton Maciel Do JC Online Um dia depois da oposição derrotar o governo Eduardo Campos (PSB), através de manobra regimental na Assembleia Legislativa, obrigando a retirada de pauta do pedido de autorização para contratação de empréstimo de US$ 175 milhões, junto ao Banco Mundial, os oposicionistas receberam, ontem, a adesão e assistiram o deslocamento para uma “linha de independência” do PTB e do PT, recém desembarcados do Executivo estadual.

Oposição e “independentes” alinharam os discursos, cobrando dos governistas e do Palácio que matérias polêmicas, principalmente de cunho financeiro, sejam enviadas ao Legislativo detalhando o valor e a destinação do dinheiro.

Apesar do alinhamento, deputados da oposição, do PTB e do PT votaram com os governistas e aprovaram, por unanimidade, o projeto que autoriza o empréstimo pelo Banco Mundial.

Por precaução, o governo articulou a presença da sua ampla maioria no plenário.

Assinaram a ata 40.

Na terça-feira (15), havia 22, quando o quórum para votar a matéria é de 25.

O líder da oposição, Daniel Coelho (PSDB), pediu votação nominal, manobra que levou o governista André Campos (PSB, ex-PT) a pedir verificação de presença.

Sem quórum, o projeto foi retirado de pauta.

Se fosse aberta a votação, a matéria teria sido arquivada, e só poderia ser reapresentada em 2014. “A partir de agora, a bancada do governo tem de estar mais atenta.

O quadro político mudou na Casa”, alertou André, ao comemorar a aprovação do empréstimo.

O dinheiro vai financiar a segunda etapa do Programa de Desenvolvimento da Educação e Gestão Pública (Projeto Educar).

Antes da votação de ontem, o PTB fechou posição. “Quero anunciar o voto de apoio da bancada do PTB, mas pedimos à bancada do governo que o Executivo encaminhe (agora) seus projetos com detalhamento”, cobrou o ex-vice-líder da situação, Sílvio Costa Filho (PTB). “Este deveria ser o procedimento desde o início da gestão.

Até hoje, temos votado muito mais em confiança.

Não teremos dificuldade de votar no que for do interesse do povo”, revelou a nova postura Manoel Santos (do PT que saiu do governo).

As posições do PT e do PTB coincidiram com o discurso da oposição, que havia imposto a derrota ao governo no dia anterior. “Vejam a importância do que fez a oposição.

A prática era mandar projeto sem detalhamento.

Não temos a obrigação de aprovar”, afirmou Daniel, pedindo nova conduta do governo. “A Alepe não pode ficar passando cheque em branco”, exaltou Terezinha Nunes (PSDB).