Por Priscila Krause O pau que nasce torto…Não tem jeito.
O pior é quando o pau cai na cabeça do mais fraco: o contribuinte que paga pelas promessas mentirosas e obras que custam os olhos da suspeição.
Estou me referindo ao Parque Dona Lindu.
A matéria de primeira página da edição de hoje do JC diz: “Com menos de cinco anos, parque que custou 34 milhões já está abandonado”.
Na página 4 do Caderno Cidades, as três palavras da manchete dizem tudo: “DONA LINDU ABANDONADO”.
Como neste país as pessoas, para cada 15 anos, esquecem os 15 anos passados, prazo que tem encurtado muito, tenho, por dever, como vereadora do Recife cumprir com fidelidade meus compromissos assumidos com a cidade e com a confiança dos eleitores.
E neste sentido, vou relatar o histórico de minha posição em relação à construção do Parque Dona Lindu.
Primeiro, questionei a natureza da obra.
A cessão daquele terreno pela Aeronáutica era para ser utilizado como uma área verde.
Isto é público e notório.
Segundo, cheguei a fazer uma enquete pública de modo que a obra de Niemeyer fosse construída em outro espaço.
Ouvidos moucos.
A tirania da maioria obedeceu ao delírio sultânico e foi construído um “TAJ MAHAL” brega.
Terceiro, questionei de todas as formas os valores da obra que saltaram de 18 para trinta e quatro milhões.
Quarto, alertei para “três” inaugurações demagógicas e, em panfleto distribuído no local, previ, diante do descaso da gestão petista – marcada pela precária manutenção de ruas e equipamentos públicos -, o Dona Lindu, envergonhado, ouviria do Geraldão: “EU SOU VOCÊ AMANHÔ.
O Dona Lindu é uma vergonha.
Reflete uma cidade jogada ao abandono.
Que deixou de ser objeto do amor e da responsabilidade dos gestores para ser uma espécie de triste troféu das mais abomináveis arengas políticas.
Resultado: obras inacabadas, inaugurações fajutas, cidade parada dentro de uma cratera, licitações suspeitas, praças, escolas e postos de saúde em situação precária, e a “presepada” da Via Mangue, enfim, a gente não consegue ver a cidade dentro da cidade que está presente nos nossos sonhos. É por essas e outras que exerço na plenitude e permanente vigilância a oposição à gestão municipal; é por essas e outras que a voz oposição não pode, para o bem da democracia, ser abafada pelos esbirros dos poderosos de plantão.
Lamentavelmente, a maresia e os cupins da má gestão não perdoam sequer a memória da respeitável personagem Dona Lindu.
Do fundo do coração, eu gostaria de ter errado.
Priscila Krause (DEM) é vereadora do Recife