Foto: BlogImagem Ex-prefeito do Recife, João da Costa (PT) classificou como um vexame a decisão de cinco tendências do PT pernambucano de entregar os cargos que possuiam no Governo do Estado.

As correntes decidiram deixar a gestão do governador Eduardo Campos (PSB) nesse domingo (13) por darem como certa a candidatura dele à Presidência da República contra o projeto de reeleição de Dilma Rousseff (PT). “Essa posição de ontem só reforça a forma irresponsável como têm sido tratada as coisas dentro do PT de Pernambuco”, disse em entrevista à Rádio JC News. “Durante toda essa semana a gente viu através de offs em jornais de que a Direção Nacional e Lula teriam recomendado entregar os cargos aqui. É uma mentira deslavada plantada durante toda a semana”, afirmou, após dizer que a decisão do final de semana foi muito grave para o partido. “Vai dificultar muito a vida do partido em 2014.

Seja para disputa proporcional, seja para montar um palanque em defesa da presidenta Dilma.

O partido sem credibilidade e dividido vai ter muitas dificuldade”, disse.

Boa parte das críticas do ex-prefeito é direcionada ao presidente estadual da legenda, o deputado federal Pedro Eugênio.

Segundo João da Costa, o parlamentar teria quebrado um processo de encaminhamento interno pela Executiva Estadual ao participar do anúncio da entrega dos cargos nesse domingo. “Eu, Ferro, Teresa Leitão e outros companheiros têm feito um esforço para retomar o diálogo interno, para construir as decisões do partido pelas instâncias partidárias”, disse, antes de afirmar que a posição consolida uma divisão interna no PT.

A divisão se tornou publica em 2012, quando a candidatura à reeleição do ex-prefeito foi rifada por um racha interno entre seu grupo e aquele composto pelo senador Humberto Costa (PT) e pelo deputado federal João Paulo (PT). “É preciso que se diga para a opinião pública de Pernambuco que tanto o senador Humberto Costa, quanto o deputado federal João Paulo, não têm essa credibilidade junto à Direção Nacional que tentam passar aqui.

Eles foram condutores da maior derrota política do PT em 2012”, alfinetou, lembrano das eleições naquele ano, em que a chapa formada por Humberto e João Paulo ficou em terceiro lugar na disputa que elegeu Geraldo Julio (PSB).

João da Costa lembrou ainda que o PT de Pernambuco chegou a consultar os 13 prefeitos que a legenda tem no Estado e eles recomendaram a não entrega dos cargos porque dependem de apoio do governo estadual. “Acho um absurdo uma parte do PT sair ou deixar os cargos de um governo sem diálogo político, sem uma justificativa política, sem dizer como fica o dia seguinte”, disse.

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