Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr Do Jornal do Commercio desta sexta-feira (11) BRASÍLIA - Em reunião que durou mais de cinco horas no Palácio da Alvorada e que contou com a participação da presidente Dilma Rousseff e de seu núcleo político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou ontem o presidente do PT, Rui Falcão, a isolar desde já oPSB, de Eduardo Campos, nos Estados.

Lula quer evitar que petistas e outros partidos governistas se aliem ao partido de Campos, agora com seuprojeto presidencial reforçado pela ex-senadora Marina Silva.

Também participaram do encontro o marqueteiro João Santana, oex-ministro Franklin Martins e o ministro Aloizio Mercadante (Educação).

Lula acreditava que o governador de Pernambuco pudesse recuar de suapré-candidatura ao Planalto caso não decolasse nas pesquisas.

Por isso, chegou a pedir que o PT mantivesse o diálogo com ele mesmo depois que o PSB entregou os cargos no governo, no final de setembro.

Segundo interlocutores, apósa filiação de Marina, o ex-presidente passou a considerar o PSB como oposição.

Lula aponta como prioridade aconsolidação de alianças regionais com outros partidos da base de Dilma, como PMDB, PR e PTB.

O objetivo é montar o maior número de palanques distante do PSB e fechar os espaços de Campos, nas palavras de um aliado do ex-presidente.

Ao deixar o encontro, Mercadante procurou enfatizar que o governo nãoestá preocupado com o quadro dos outros concorrentes e elogiou o vigor da base governista. “Temos leque de alianças muito sólido.

Mesmo com a saída do PSB, parte importante do PSB não acompanhou a saída.

Uma militância representativa ficou no governo, como é o caso do governador Cid Gomes (Ceará)”, disse.

Ele reconheceu a aproximação de Campos com Marina com uma novidade política.

O plano traçado com aval de Lula prevê que o PT estimule o lançamento de candidaturas próprias de partidos aliados em redutos socialistas, como o Espírito Santo.

Antes do rompimento de Campos com o governo federal, petistas pretendiam apoiar a reeleição de Renato Casagrande (PSB), indicando seu vice,com o apoio a Paulo Hartung (PMDB) para o Senado.

Agora o PT já admite apoiar Hartung ao governo para isolar o PSB.

O PT também vê rompimento iminente com o PSB do Piauí, que se aproximou dos tucanos.

Petistas buscarão palanque alternativo no Estado, a exemplo do que deve ocorrer em Pernambuco.

Lula defende que o PT pernambucano deixe o governo estadual e embarque na campanha do senador Armando Monteiro (PTB).

A ameaça de afastamento pressionaria governadores socialistas.

Ao temer isolamento, Casagrande e Camilo Capiberibe, do Amapá, podem aceitar o apoio do PT e, em troca, adotar postura neutra na campanha nacional.

O PSB também traça seus cenários a partir da perspectiva de rompimento total com os petistas.

Internamente, a cúpula socialista admite que o apoio do PT é importante no Espírito Santo e no Amapá.