Os senadores petistas resolveram encampar a luta, junto à presidenta Dilma Rousseff, para que o Estado brasileiro repare o que o senador pernambucano Humberto Costa classificou como “erro histórico” cometido contra o líder comunista pernambucano Gregório Bezerra.

Falando em nome do grupo dos 12 parlamentares do PT, o senador Jorge Viana (PT-AC) subiu à tribuna do Senado na tarde dessa quinta-feira (10) para homenagear Bezerra como “o brasileiro que participou de quase todas as lutas que o Brasil conheceu durante o Século XX, que sempre lutou por melhorias do seu povo sofrido do Nordeste e que, por não se conformar com as injustiças sociais do seu tempo, foi perseguido desde os 17 anos”.

Militante combativo, Gregório Bezerra foi preso, por condenações políticas, em 1917, 1937, 1946, 1957 e 1964.

Passou quase 30 anos na cadeia.

Na década de 40, foi o segundo deputado constituinte mais votado de Pernambuco.

Após o golpe militar de 1964, foi preso pelo Exército, amarrado a cavalos e arrastado pelas ruas do Recife.

Em 69, foi mandado para o exílio no México.

No mês passado, a 2ª Vara da Justiça Federal de Pernambuco condenou a União a pagar R$ 100 mil por danos morais aos familiares de Gregório, que morreu há 30 anos. “Faço um apelo à Advocacia-Geral da União que não recorra, que o governo da presidenta Dilma, que sofreu na pele as arbitrariedades da repressão, possa nos ajudar a não retardar ainda mais o justo reconhecimento que Gregório Bezerra merece como grande inspirador e um dos principais atores das lutas sociais no Brasil do Século XX”, esclareceu Viana.

Para Humberto Costa – que será signatário, juntamente com os outros 11 senadores petistas, de um requerimento à AGU e à presidenta da República externando a posição do grupo – essa manifestação demonstra a atuação do Senado em favor da memória de um dos grandes nomes da política brasileira.