Foto: José Cruz/ABr Da Agência Estado O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), comemorou na madrugada de sábado, no Piantella, restaurante frequentado por políticos na capital, o fechamento do acordo com a ex-senadora Marina Silva que começou a ser costurado há mais de cinco meses.

Pouco antes, no apartamento de uma assessora do deputado Walter Feldman, agora no PSB, no bairro do Sudoeste, Marina selou a aliança para a disputa presidencial de 2014, deixando claro sua disposição em ser a candidata a vice na chapa de Campos, relataram pessoas que participaram do encontro.

Leia também: Ao entrar no PSB, Marina defende candidatura de Eduardo Campos à Presidência Líder do PSB na Câmara diz que Marina será vice de Eduardo Campos em 2014 No Facebook, Eduardo posta imagens com símbolos da Rede e PSB e lembra apoio de Marina à candidatura Campos e Marina iniciaram a aproximação em abril, quando o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) entrou com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a discussão no Congresso de um projeto que restringia a criação de partidos políticos, que atingiria a proposta da ex-senadora de formar a Rede Sustentabilidade.

A ação do senador era um aceno de Campos a Marina, que já percebia a dificuldade de conseguir o registro de seu partido.

Nas últimas semanas, diante da percepção de que a Justiça Eleitoral não permitiria a criação da Rede, Walter Feldman e um grupo de empresários paulistas simpáticos à candidatura de Marina avaliaram que a parceria com Campos era a mais sensata.

Na noite da última quinta-feira, logo após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negar o registro da Rede, Rollemberg telefonou para Marina.

A ex-senadora disse que Feldman iria procurá-lo.

Rollemberg e Feldman almoçaram na sexta-feira para os últimos acertos do acordo.

Rollemberg, então, avisou a Campos, por telefone, que ele poderia pegar um voo para Brasília e anunciar a aliança. “Eduardo, você é o candidato que pode acabar com essa polarização”, disse Marina, já na casa da assessora de Feldman, numa referência à disputa entre PT e PSDB.

Um parlamentar do PSB relatou que a senadora afirmou ainda para Campos que era a sua “vice”.

Leia também: Com Marina, Eduardo se transformou na maior liderança da oposição, diz marqueteiro pernambucano PSB, Rede e PV irão trabalhar juntos em Pernambuco na eleição de 2014 Leia nota da aliança entre Rede e PSB Na entrevista deste sábado para formalizar a aliança, Marina e Campos tentaram passar a impressão que o acordo foi uma “surpresa” inclusive para eles.

A ideia era mostrar que, num gesto de desprendimento, a ex-senadora abria mão de sua candidatura num partido nanico em prol de um projeto político que tivesse sintonia com a frustrada Rede Sustentabilidade.

Diferentemente do que disse no encontro reservado com Campos na noite de sexta-feira, Marina não assumiu, na entrevista, a posição de vice na chapa.

Ao final da entrevista, um repórter perguntou a Marina se a aliança com o PSB era uma forma de se vingar do PT, partido que teria trabalhado contra a Rede, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não fiz um gesto de vingança, mas de esperança”, respondeu rindo.