Três por Quatro - Por Terezinha Nunes Vexame nacional Na estreia das inserções nacionais do partido na TV esta semana, o PSB de Pernambuco protagonizou uma cena que acabou virando um grande vexame .

Imaginando-se imune a contestações, o partido mostrou nos filmes televisivos uma escola privada do Recife como se fosse pública, dando a impressão de que, no setor de educação, o nosso estado está em excelente nível.

Quem não conhece a realidade das escolas estaduais ou reside em outros estados – as inserções foram exibidas de norte a sul do Brasil – pode até ter se encantado e desejado frequentar uma escola pública por aqui.

A comemoração, porém, durou pouco.

As redes sociais, que hoje são os olhos e os ouvidos da população, cuidaram de mostrar o engodo, denunciando a farsa, o que obrigou a secretaria de comunicação do Palácio a ter que dar explicações à imprensa do sudeste, dizendo que a escola privada tinha sido na verdade, “apenas um cenário” já que o partido, por lei, não poderia usar cenas de prédio público na TV.

Em um país desenvolvido, usar uma escola privada como se fosse pública poderia render a um partido político uma multa séria ou, no mínimo, um pedido de desculpas exibido no mesmo meio de comunicação utilizado para dar publicidade à mensagem, ou seja, a televisão.

Mas o vexame protagonizado pelo PSB não ficou por aí.

O erro acabou servindo para que viesse a público um outro aspecto que colocou por terra a propaganda socialista na TV : o de que, apesar dos grandes investimentos que tem recebido nos últimos anos, o nosso estado está na incômoda posição de 16.o lugar a nível nacional no IDEB – o índice de desenvolvimento da educação básica – medido pelo Ministério da Educação.

O mais recente levantamento do MEC demonstra que o ensino médio pernambucano – de responsabilidade exclusiva do estado – se encontra no mesmo patamar do estado do Acre, cujas dificuldades até de acesso à escola pública são conhecidas, e abaixo de estados não menos problemáticos como Amazonas, Tocantins, Roraima, Rondônia e Mato Grosso do Sul, para citar apenas esses.

No Nordeste, como já é usual no que se refere à educação, Pernambuco consegue ficar à frente da maioria dos estados mas perde para um estado menos desenvolvido como o Ceará.

No que se refere ao salário dos professores Pernambuco perde hoje para os estados do sul, sudeste e centro-oeste.

Só paga mais que os endividados estados nordestinos que não receberam a mesma atenção do Governo Federal.

Não tivesse o PSB escorregado em uma casca de banana e enveredado por um nível de propaganda enganosa e o governador Eduardo Campos, que se prepara para dar um salto em sua vida pública, candidatando-se a presidente da República, estaria livre desta enrascada.

Um erro que, certamente, deve sobrar para algum assessor menos previdente.

O problema incomodou ao ponto do líder do governo na Assembléia, deputado Waldemar Borges, ter tido dificuldades para responder às críticas da oposição.

Imaginando-se no início e não no fim de uma administração que já está no sétimo ano de mandato, Borges afirmou que vai se dar com a educação de Pernambuco o mesmo que aconteceu com a segurança no lançamento do Pacto pela Vida no qual poucos acreditaram e acabou rendendo frutos.

O Pacto, como se sabe, tem mais de cinco anos de implantação tempo, suficiente, para entrar na maturidade.

Na educação, ao contrário da segurança, o governo nada poderá fazer até que o governador se desincompatibilize.

O problema, portanto, está criado e, pelo visto, será uma dor de cabeça na campanha presidencial que se avizinha.

CURTAS Marina – A pré-candidata a presidente Marina Silva, por decisão estratégica ou imprevidência, perdeu um grande aliado para conseguir até mais assinaturas do que precisava para criar seu novo partido: as igrejas evangélicas.

Em poucos dias, se acionadas, elas conseguiriam muito do mais do que o necessário para formar a Rede.

Nanicos – Quase ninguém acredita na possibilidade de algum partido nanico conseguir formar chapinha para as eleições proporcionais do ano que vem.

Apesar de nos últimos dias o PTdoB, capitaneado pelo ex-deputado coronel José Alves, ter conseguido algumas adesões vai ser difícil juntar os 90 mil votos necessários para eleger um deputado estadual.

Caruaru – Com a ida do deputado estadual Tony Gel para o PMDB, o PTB está mobilizado em torno de Caruaru para conseguir algum apoio de expressão para o candidato a governador, senador Armando Monteiro Neto.

Vai ser difícil já que as lideranças mais importantes das grandes legendas, apesar dos conflitos residuais, fecharam todas com o PSB.