Mais parecia que se estava ouvindo o governador Eduardo Campos.
O mote era o mesmo.
O pacto federativo precisa ser discutido, para que Estados e municípios possam respirar aliviados e crescer.
O governador de Goiás, Marconi Perillo, aproveitou um evento do grupo Lideranças Empresariais (LIDE Pernambuco) para dizer que o Brasil vai quebrar, em breve, se o governo Federal não aceitar rever a divisão do bolo de receitas, especialmente as compartilhadas. “Tem crise porquê nos estados?
Os funcionários querem aumento, a população quer hospital maior, escolas maiores.
Temos que colocar mais dinheiro federal na área de segurança pública.
Veja o caso do Fundeb.
Os estados não podem pagar as despesas previstas.
Nós somos contra os professores?
Claro que não.
O problema é que o dinheiro está na mão da União”, afirmou.
O governador usou como exemplo a saúde também. “O SUS é um faz de conta.
O governo Federal paga o mínimo para manter um leito.
São cerca de R$ 460, contra um custo de R$ 1,2 mil para manter um leito.
Temos que completar para ter o leito à disposição da população.
Nós pagamos as contas e somos os primeiros a serem cobrados”, disse.
Neste sentido, ele cobrou a implantação efetiva da emenda 29, que prevê mais gastos do governo Federal na área de saúde. “Temos que aproveitar as eleições para discutir o pacto federativo.
Se não, os estados vão quebrar”, comentou. “O futudo é muito sombrio.
Se não mudar, vamos quebrar em dois anos.
Acham impossível?
Na Espanha, várias cidades quebraram, como a Catalunha”.
Na palestra, Marconi Perillo revelou que já visitou vários estados, 22 no total, além de ministros do STF, para falar da reforma do ICMS, para evitar a perda da possibilidade de fim da concessão dos incentivos fiscais. “O PSDB perdeu no país (as eleições) porque não teve a coragem de defender o legado das privatizações, que mudaram o Brasil.
Não somos do partido da demagogia.
O problema do Brasil é que tem gente que não quer andar para afrente, eles querem reestatizar tudo.
Temos que ter a coragem de enfrentar esse tabu”.