Fábio Jardelino Para o Blog de Jamildo Escrito pelo norte americano Lee Ellis, o livro Leading With Honor - ainda sem versão traduzida e editada no Brasil -, é leitura obrigatória para quem quer entender um pouco mais sobre a arte de liderar.

Assim, o norte-americano já deixa claro no início do texto: “Nossa cultura precisa desesperadamente de líderes servos e corajosos - homens e mulheres que tenham uma visão clara e um forte caráter […] Em suma, precisamos de líderes que estejam comprometidos a liderar com honra”.

Diferente de outras publicações do gênero, Leading with Honor segue um outro padrão.

Nele há menos gestão e mais memórias.

Inspirador e instigante, ele prende a atenção do leitor a todo momento, numa história que se volta, por vezes, nos problemas enfrentados pelo próprio escritor durante sua “estadia”, enquanto prisioneiro, no Vietnã.

No texto, até estruturas de gestão dos militares na prisão são detalhadas.

Em cada capítulo é narrado uma história de coragem, organização, liderança, que termina com uma breve mensagem sobre como você pode aplicar essas lições em circunstâncias menos extremas - no trabalho, ou em casa. “Construa uma grande equipe, não tente ser um herói e fazer tudo sozinho.

Você tem que criar estratégias para melhorar a sua liderança e assim agir de forma eficaz quando você for atacar os problemas de frente”, indica o escritor em uma passagem do livro.

A principal dica do livro, porém, está aportada na coragem.

Para Ellis à falta de coragem na chefia empresarial e política moderna é o grande problema e o que impede de que tudo funcione de uma forma mais rápida e eficaz. “É fácil liderar quando as coisas estão indo bem. É preciso coragem e habilidade para conduzir através de uma tempestade”, conta.

Num capítulo específico sobre o modo de se comunicar, o escritor explica que a mensagem tem que ser passada sempre de forma clara e repetida vezes.

Ele conta histórias incríveis sobre o valor da comunicação quando era prisioneiro, relatando que, por várias vezes usou código morse para se comunicar e não ser pego pelos vietcongues.

Em um dos casos de troca de informações através dos códigos, Ellis conta que obteve tratamento para dois prisioneiros de guerra que estavam morrendo. “Para garantir que uma importante mensagemseja recebida e entendida, sempre envie várias vezes e através de vários canais”, escreve Ellis.

Essa é uma dica que pode e deve ser levada ao universo empresarial, onde, por diversas vezes, algo deixa de ser feito com excelência apenas por causa do ruído na informação.

De uma forma geral, esse livro é um dos melhores no quesito gestão e liderança.

Obrigatório para todos, independente destes ocuparem ou não um cargo que exija tais habilidades de comando.

SOBRE O AUTOR: Lee se formou na Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos da América (EUA), em 1965, e começou uma carreira na Força Aérea americana.

Durante a Guerra do Vietnã, o avião de Lee foi abatido sobre território inimigo - vietcongue - e ele foi mantido como prisioneiro de guerra em várias prisões na área de Hanoi por mais de cinco anos.

Depois da repatriação voltou para funções de voo, chegando ao posto de coronel.

Suas experiências como prisioneiro de guerra despertou seu interesse no campo da liderança em situações difíceis, o que levou ele a uma maior investigação e busca acadêmica na área, com objetivo de medir e otimizar o desempenho humano e eficácia da liderança.

Atualmente Lee reside em Atlanta (EUA) e dá várias palestras sobre liderança e trabalho em equipe.

Nesta quinta, ele estará no Recife.