Da Agência Senado O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) qualificou como “altamente decepcionante”, “fraco” e “ridículo” o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na manhã desta terça-feira (24), em Nova York. “Foi um expediente totalmente eleitoreiro, medíocre, que envergonha a história da política externa brasileira.

Uma iniciativa ruim para a senhora Dilma Rousseff e seu partido, porém muito pior, muito mais grave, para o Brasil, como nação”, afirmou o senador, para quem a política externa brasileira tem hoje “cunho altamente ideológico” e está subordinada aos interesses do Partido dos Trabalhadores.

Para o senador, a presidente dificilmente irá alcançar seu objetivo e de seu partido, que é aparecer com boa pontuação nas próximas pesquisas eleitorais.

O senador atribuiu as falhas do discurso a seu autor, Marco Aurélio Garcia, assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, a quem chamou de “grande xiita” do governo federal.

Em aparte, o senador Pedro Taques (PDT-MT) afirmou que a política externa de um Estado não deve ser governamental, mas que infelizmente, no Brasil, esta tem sido “ideológica, maria-mole, terceiro-mundista”.

A ÍNTEGRA DO DISCURSO DE JARBAS VASCONCELOS “O discurso proferido hoje pela Presidente Dilma Rousseff na sessão de abertura da Assembleia Geral da ONU foi altamente decepcionante, fraco, sem ênfase e sem entusiasmo.

Também pudera, o pronunciamento foi elaborado pelo seu auxiliar Marco Aurélio, conhecido militante do PT e grande xiita dentro do Governo Federal.

Desgraçadamente, hoje as políticas desenvolvidas pelo Itamaraty estão subordinadas ao Partido dos Trabalhadores, com um cunho claramente ideológico.

Neste episódio do cancelamento da visita presidencial aos Estados Unidos, o Itamaraty, por dever de justiça, era a favor da referida viagem.

No entanto, a questão foi tratada de forma meramente eleitoral.

A Presidente Dilma fez opção por uma consulta a um conselho partidário integrado pelo ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva; o marqueteiro João Santana; o Presidente Nacional do PT, o Sr.

Rui Falcão; Franklin Martins, ex-Ministro da Comunicação Social, e o Sr.

Marco Aurélio, já referido em minha fala.

Além do mais, a Presidente Dilma não seguiu rigidamente o traçado e a orientação do seu conselho político-partidário eleitoral.

Dentro das suas conhecidas limitações, a Presidente, hoje pela manhã, na ONU, não externou indignação, não bateu na mesa e nem gritou, como faz aqui no Brasil.

O pronunciamento, não faz mal que se diga, foi ridículo.

A imagem de mulher braba, corajosa, determinada, a Dilma não conseguiu exteriorizar, hoje pela manhã, no grande plenário da ONU.

Não logrou êxito.

Ela, dificilmente, vai alcançar o seu objetivo, o do seu partido, do seu mentor político-eleitoral Lula e dos seus principais assessores, João Santana, Rui Falcão e Franklin Martins, ou seja, pontuar positivamente nas próximas pesquisas eleitorais.

Assim, foi um expediente totalmente eleitoreiro, medíocre, que envergonha a história da política externa brasileira.

Foi uma iniciativa ruim para a Senhora Dilma Rousseff e seu partido, porém, muito pior, muito mais grave para o Brasil como Nação.”