Por Daniele Cavalho Nesta quarta-feira (18), a Frente de Luta pelo Transporte Público volta às ruas em mais uma mobilização por melhorias no transporte público.

Neste ato, o grupo vai reivindicar o passe livre para estudantes e trabalhadores desempregados e protestar contra ‘a repressão policial’ nos últimos movimentos populares no Grande Recife.

Os protestos estão sendo convocados para o Parque 13 de Maio, a partir das 13 horas.

Desde junho, as cidades brasileiras assistem a uma mobilização popular que parece caminhar sem uma agenda específica, levantando questionamentos em relação ao futuro das manifestações.

Para debater e ampliar o assunto, o Cidade Viva desta terça-feira (17) convidou o coronel da PM João Neto, responsável pelo policiamento metropolitano, e colocou em pauta o destino das manifestações e a atuação da polícia militar.

Além do coronel, participaram do debate a integrante da Frente de Luta pelo Transporte Público de Pernambuco Janaína Oliveira, a socióloga Maria Eduarda Mota e o jornalista do Jornal do Commercio Jorge Cavalcanti.

De acordo com o coronel João Neto, de junho até esta terça-feira, a polícia militar registrou 249 manifestações em Pernambuco.

Dessas, 193 interditaram vias públicas. “Podemos dizer que as primeiras passeatas foram pacíficas.

Praticamente não tivemos ocorrências.

No entanto, a partir da manifestação do dia 21 de agosto, onde pessoas queimaram ônibus e depredaram monumentos públicos, passamos a atuar com mais rigor no momento da revista desses manifestantes.

Não é fácil identificar atos de vandalismo no meio da multidão, por isso precisamos estar mais perto da população.

O uso de máscaras dificulta bastante essa identificação”, defendeu o coronel.

A atuação incisiva da polícia militar junto aos manifestantes provoca medo na população, criando uma figura autoritária, defende a socióloga Maria Eduarda, da UFPE.

Para ela, existe um ranço autoritário. “Ampliar este assunto é muito bom, pois estamos diante de um problema maior do que o confronto de policiais e cidadãos.

O que vemos é um problema político, uma vez que a violência se instala na ausência da política”, afirma.

Em contrapartida, o coronel João Neto disse não concordar que haja ‘um ranço autoritário’ na Polícia Militar e defende uma atuação policial de proximidade com a comunidade.