Prefeito cassado quer disputar governo de Pernambuco contra candidato de Campos Na Folha de São Paulo, nesta tarde Duas semanas após ser cassado pelo TRE-PE (Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco), o prefeito de Petrolina, Julio Lóssio (PMDB), anunciou no fim de semana que quer disputar o governo de Pernambuco contra o candidato de Eduardo Campos (PSB-PE), a quem faz oposição.

Lóssio continua no cargo e recorre da cassação por suposto uso eleitoral da regularização de imóveis em Petrolina.

O peemedebista é ligado ao vice-presidente Michel Temer (PMDB).

Uma eventual candidatura de Lóssio, além de garantir palanque para Dilma Rousseff em Pernambuco, serve de holofote para críticas à gestão Eduardo Campos e coloca o PMDB numa saia justa, já que o partido é aliado do governador no Estado.

Para o prefeito, o partido “começou a definhar” em Pernambuco.

Em 2010, Campos venceu o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) com 82,8% dos votos. “Penso que o PMDB no Estado deve marcar uma posição mais forte”, afirmou. “A orientação nacional do partido é disputar o maior número possível de eleições majoritárias”, afirmou à Folha nesta segunda-feira (16).

O anúncio de Julio Lóssio pegou de surpresa o PMDB pernambucano, mas não altera o cronograma do partido.

O deputado federal Raul Henry (PMDB-PE) disse que a definição de candidatura somente será feita no ano que vem. “O partido tem direito a definir dentro do tempo apropriado”, disse o deputado.

Segundo Henry, Lóssio declarou ao partido e a um blog do Estado que estaria satisfeito se o PSB contemplasse o PMDB na chapa majoritária.

Henry disse que vai esperar ser procurado por Lóssio para saber o que o levou a lançar seu nome. “Na democracia, vence a vontade da maioria dentro dos partidos.

Estou colocando meu nome.

Eu me curvarei à decisão da maioria do partido a nível estadual. [MAS]também peço que o partido a nível estadual se curve à decisão da maioria do partido a nível federal”, disse Lóssio.

O prefeito disse aguardar uma definição do PMDB até 5 de outubro, data-limite para troca de partido.

MUDANÇA DE PARTIDO Se não tiver aceitação da legenda no Estado, Lóssio não descarta migrar para outro partido, mas não diz para qual.

O prefeito defende que o PMDB não fique “refém” do governador, provável candidato à Presidência da República. “Como se diz naquela música, está tudo dominado.

Existe hoje uma força muito grande do governador, um controle da Assembleia [LEGISLATIVA], um controle do Estado.

Os prefeitos, os líderes, todo mundo [ESTÁ]muito refém disso tudo”, afirmou.

Julio Lóssio disse não se preocupar com uma eventual dificuldade para formar alianças, já que a maioria dos partidos no Estado apoia Eduardo Campos.

Ele afirmou que, no ano passado, venceu o deputado federal Fernando Filho (PSB-PE), que contava com apoio de “18 partidos”, do pai, o ministro Fernando Bezerra (Integração), do governador e de congressistas pernambucanos.

Um assessor de Eduardo Campos disse à Folha que uma eventual candidatura de Julio Lóssio não incomoda o governador.

Na avaliação do governo, a oposição pode escolher o caminho que quiser e Lóssio não tem condições políticas de nem sequer eleger seu sucessor no município.