Por Raul Jungmann Quando li que o deputado-presidiário Donadon tinha sido poupado de ser cassado pela Câmara do Deputados, pensei: “agora, só o Supremo (Tribunal Federal) nos salvará”.
Eu me referia ao julgamento do mensalão, derradeira (?) esperança para muitos que a impunidade dos políticos tenha um basta em nosso País.
Pois bem, nesta manhã de setembro, início de verão, temo que nem a Suprema Corte, o STF, virá em nosso socorro.
Em conversas por telefone com amigos em Brasília, é dado como quase certo que o Supremo acolherá os chamados embargos infringentes e que os mensaleiros terão direito a uma revisão de suas penas, quem sabe se livrando da cadeia.
Ao que tudo indica, essa hipótese está nas mãos do ministro decano, Celso de Melo, o derradeiro a votar, sendo provável que quando do seu voto o placar esteja empatado em 5 a 5.
Espera-se que, por declarações anteriores que deu, ele vote a favor dos embargos.
Então, tudo será possível, ou quase, quando o resultado final sair - se e quando sair.
Mas, ao contrário do meu sentimento expresso no 1° parágrafo, não estaremos perdidos.
A afirmação da democracia nunca se faz de um só golpe, trata-se de um processo histórico.
Ela tem avanços e recuos.
Portanto, nada de desânimo.
Até porque, a democracia é a escolha certa e não há outra para afirmarmos a nossa humanidade, a justiça e a esperança para todos e, em especial, os deserdados da terra.
Raul Jungmann é vereador do Recife pelo PPS