A atividade industrial continuou oscilando no início do terceiro trimestre, com quedas no faturamento e nas horas trabalhadas em julho, comparativamente ao mês anterior, mas, apesar disso, com crescimento no emprego e na massa salarial, revela a pesquisa Indicadores Industriais, divulgada nesta quarta-feira (11), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O faturamento e as horas trabalhadas recuaram 1,5% e 1,7%, respectivamente, em relação a junho, enquanto o emprego cresceu 0,3% e a massa salarial real aumentou 0,4%, na série sem influências sazonais. “O padrão oscilante da atividade evidencia que a indústria ainda não entrou em uma trajetória contínua de expansão”, atesta a CNI.

Ressalta, contudo, que os dados de julho cresceram na comparação com julho do ano passado, “sinalizando um resultado melhor para a indústria de transformação do que no ano anterior”.

A produção da indústria de transformação caiu 2,5% em 2012.

A pesquisa informa que a utilização da capacidade instalada (UCI) mantém-se praticamente no mesmo nível há três meses, atingindo 82,2% em julho, queda de 0,1 ponto percentual frente ao mês anterior.

A UCI repetiu a estabilidade no confronto com julho de 2012.

Pelo terceiro mês seguido, o rendimento médio real do trabalhador da indústria manteve-se igualmente estável, na prática, com menos 0,1% na comparação com junho.

Para o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, embora a alta dos juros praticada pelo Banco Central influencie negativamente na atividade da indústria, fatores positivos, como a desvalorização cambial e a melhoria do humor de empresários e consumidores após a onda das manifestações, que retraiu investimentos e consumo, podem contribuir para uma reação da produção no último trimestre do ano. “Apesar das oscilações da atividade industrial, deveremos ter, em 2013, se não um ano bom, ao menos bem melhor do que em 2012”, previu.