O presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem no Estado de Pernambuco (Sintepav-PE), Aldo Amaral, está defendendo que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) funcione como uma espécie de compensação para a redução do número de vagas na Refinaria Abreu e Lima, em Suape.
Depois de passar pela fase de maior contratação, chegou a hora da obra dispensar pessoal.
A queda no emprego já se reflete até nos números do emprego regional. “As obras do PAC [programa de obras do governo federal] estão diminuindo ou paradas.
Há promessas, mas não há obras novas”, disse Aldo Amaral, que representa os trabalhadores da construção pesada de Pernambuco.
No caso de Pernambuco, uma das origens das demissões foi o término da fase de construção mais pesada da refinaria Abreu Lima, da Petrobras.
Por outro lado, obras da ferrovia Transnordestina e da transposição do rio São Francisco seguem em ritmo lento.
Não é por outro motivo que a Petrobras anuncia, nesta quarta-feira (11/09) os projetos sociais contemplados na seleção pública Integração Petrobras Comunidades – IPC Suape 2013.
A seleção destinará R$ 3 milhões, no período de dois anos, a projetos de até R$ 400 mil, no território estratégico de Suape, área de influência da Refinaria Abreu e Lima e da Petroquímica Suape.
De acordo com dados divulgados já nacionalmente, a piora do mercado de trabalho neste ano atingiu com mais força o Nordeste.
De janeiro a julho, a região fechou 8.652 vagas formais, o primeiro saldo negativo desde 2003, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
No mesmo período de 2012, 58,9 mil postos com carteira assinada foram criados.
A geração de emprego também perdeu força no resto do país, mas o saldo nas demais regiões segue positivo em 2013.
O setor que mais desempregou no Nordeste foi a indústria, principalmente por causa da entressafra da cana, que afeta a produção de açúcar e álcool.
Em toda a região, a diferença líquida entre contrações e demissões mostra o fechamento de 9.038 vagas formais no comércio e de 1.447 na agropecuária.
Já o setor de serviços e o de construção continuaram gerando vagas, mas em quantidade bem menor que em 2012.
A economista Milena Prado, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) do Recife, explicou que isso ocorre todos os anos, mas o problema é que desta vez outros setores também demitiram ou geraram vagas insuficientes para compensar esse fenômeno.
Segundo Prado, a agropecuária vem sofrendo com a seca prolongada, o que reduz a renda da população, atrapalhando o comércio. “Vendas fracas batem direto no emprego.
Como os trabalhadores do comércio são menos qualificados, as empresas demitem rapidamente e recontratam depois.” Já a construção civil continuou gerando vagas neste ano, mas a criação de postos caiu 65% em relação aos primeiros sete meses de 2012.
Houve desemprego em cinco Estados, como Maranhão e Pernambuco.
Segundo representantes dos trabalhadores e das empresas do setor nos dois Estados, houve fechamento de vagas tanto por causa do avanço de grandes obras como por atraso.