Que medida o Brasil deveria tomar para “dar o troco” ao Governo americano, cujas agências de segurança foram envolvidas na espionagem da presidente Dilma Rousseff?
Na opinião do diplomata e ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, deveria ser um “gesto simbólico”, assim como foi o cancelamento da visita de Barack Obama à Rússia, logo após o governo Putin ter concedido asilo político ao técnico de informação Edward Snowden, que confessou ter vazado dados sigilosos da Casa Branca. “Não sei ao certo o que seria, mas não deveria ser uma retaliação na mesma moeda, porque foi uma atitude deselegante dos EUA”, disse, em entrevista ao sociólogo Antônio Lavareda e à jornalista Mônica Bergamo, no programa Ponto a Ponto que vai ao ar no próximo sábado (7), à meia-noite, na Band News TV.
De acordo como diplomata, “numa democraria, a transparência é a regra, e o sigilo é a exceção”, principalmente pelo longo histórico de entendimento diplomático entre Brasil e EUA. “Entende-se que a guerra ao terrorismo deu um certo pretexto para que os americanos queriam saber o que acontece no mundo, e não apenas no Brasil, mas ainda assim é uma atitude condenável, sob todos os aspectos”, frisa.
Ex-ministro das Relações Exteriores no Governo FHC, Celso Lafer diz que o ex-presidente sempre teve ressalvas com relação às suspeitas de espionagem por outros paises, mas que nunca levou ao limite da suspeição. “Já Getúlio e Tancredo só usavam o telefone para coisas estritamente necessárias”, lembra.
O Ponto a Ponto tem reprises todos os domingos, às 16h30, 20h e meia-noite.