Foto: BlogImagem Para minimizar o atrito entre a Câmara de Vereadores e a Prefeitura do Recife, um grupo formado por líderes da bancada governista e os secretários de Relações Institucionais, Fred Oliveira (PV), e de Governo, Sileno Guedes (PSB), avalia anteriormente os projetos apresentados pelos vereadores e sugere modificações.

Foi o que explicou o vereador Marco Aurélio (PTC), vice-líder do governo Geraldo Julio (PSB), em entrevista a rádio JC News, na manhã desta terça-feira (3).

A ideia é evitar vetos aos projetos, especialmente aqueles ancorados em “vício de inconstitucionalidade”.

A relação entre a Câmara e a PCR foi debatida por Marco Aurélio na rádio com o vereador André Régis (PSDB), que criticou o enfranquecimento da Casa enquanto Poder. “O que acontece sempre é que até os colegas que foram autores do projeto concordam com o prefeito [quando há um veto]”, disse o tucano, para quem o executivo oferece um “controle intenso” sobre a base aliada.

Para defender a independência, o verador governista afirmou que tem plena disposição de derrubar vetos do executivo. “Eu tenho um entendimento que um projeto que sai da Casa Legislativa com parecer jurídico a favor e volta com veto, principalmente quando se alega a questão de constitucionalidade, eu, por convicção, voto contra o veto”, disse Marco Aurélio.

Ele também lembrou que todos os vetos apreciados até agora pela Câmara são restos da gestão anterior.

O assunto ainda voltou a tona depois, quando os vereadores passaram a discutir a implantação do voto aberto na Câmara. “No caso específico de derrubada de veto, se o voto for aberto, a probabilidade que já é pequena de um veto ser derrubado vai a zero”, disse André Régis.

Marco Aurélio também apresentou preocupação parecida. ““Há uma questão muito grande quanto a soberania.

Quais são os pontos em que o voto, por não ser secreto, ele protege mais a Casa”, afirmou.

Diálogo Mesmo depois de elogiar a relação diplomática com os colegas da bancada governista, o vereador André Régis ainda criticou a falta de diálogo entre a oposição e o governo.

Ele afirmou que se ofereceu para dialogar com o secretário de Educação, Valmar Correia, mas nunca foi convocado por ele para discutir soluções para a cidade.

Na Câmara, o tucano preside a Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Turismo.

Para minimizar, o verador Marco Aurélio afirmou que em todos os locais onde houve um questionamento do colega, a PCR desenvolveu alguma ação prática para tentar solucionar os problemas.

Ele também se comprometeu a fazer a ponte entre o vereador e o executivo municipal. “Vou ser seu padrinho”, brincou.