Foto: Guga Matos/JC Imagem Do JC Online O Dia de Mobilização e Paralisação organizado pela CUT e outras centrais sindicais ocorreu de forma descentralizada na manhã dsta sexta-feira no Recife, sem a ocorrência de passeatas de maior volume.
Também foi marcado pela dificuldade de aglutinar sindicatos e trabalhadores ao movimento.
As paralisações de trânsito foram pontuais, com piquetes montados pelos integrantes de sindicato e sem adesão maciça dos trabalhadores.
O presidente da CUT em Pernambuco, Carlos Veras, reconhece as dificuldades do movimento na capital pernambucana. “Muitos sindicatos não conseguiram fazer assembleia a tempo.
Há categorias que é difícil conseguir adesão porque as empresas, principalmente a indústria, demite ou corta ponto daqueles que participam”, justificou.
Os principais problemas foram registrados em Suape e Jaboatão dos Guararapes, no caminho de ida para o complexo industrial.
Os sindicalistas conseguiram paralisar o trânsito e a polícia prendeu quatro representantes do movimento e apreendeu um caminhão de som.
Apesar das prisões, classificadas como “repressão” pelo sindicalista, a CUT considerou o movimento um sucesso, pois os funcionários não coneguiram chegar para trabalhar.
No Recife, o caso de maior repercussão foi protagonizado pela CSP Com Lutas, central sindical de oposição ao sindicato dos rodoviários, que não participou do movimento e também não está alinhado com a CUT.
O líder do movimento de oposição, Aldo Lima, conseguiu, com a ajuda de cerca de 20 sindicalistas do CSP Com Lutas, parar o trânsito na Avenida Guararapes com a Rua do Sol, no centro.
Eles pararam os ônibus por pouco mais de uma hora.
Aldo justificou o pequeno movimento porque não tem a liderança do sindicato e, por isso, não consegue mobilizar os motoristas temerosos em sofrer retaliação. “As empresas estão demitindo quem é ligado ao CSP Com Lutas.
Estamos protestanto contra isso também”, disse.
O coordenador da entidade no Recife, Hélio Cabral, também comentou sobre a dificuldade de agrupar os motoristas. “O problema é que somos oposição ao sindicato, mas temos a simpatia dos motoristas, pois a atual direção do sindicato tem mais de 30 anos e a gente chegou apresentando propostas que agradaram a categoria.
A eleição para o sindicato será no ano que vem, mas será difícil concorrer.
Aldo Lima foi demitido e ficará dificíl para ele se candidatar sem o emprego”, comentou.
Outro movimento que parou por alguns instantes as ruas do Recife foi promovido pelo Sinttel, que representa os operadores de telemarketing.
A movimentação aconteceu na Avenida Cruz Cabugá e em frente aos prédios da Contax, maior empregadora do setor.
Os bancários também fizeram movimentação na Praça da Independência, com distribuição de bolo de rolo, apresentação de forró e uma encenação.
Assim como os outros casos, só os representantes dos sidicatos participaram.
A grande maioria dos bancários estavam nas agências trabalhando.
A maior adesão foi conquistada entre os funcionários federais.
As agências do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) deixaram de atender o público hoje na capital e no interior do Estado.
Servidores do Ministério da Agricultura, no Incra, no Ministério do Trabalho, no Ibama, na Funai e Funasa também participaram.
No que se refere aos servidores estaduais e municipais a adesão foi bem menor.
Segundo Carlos Veras, da CUT, o movimento conseguiu fechar boa parte das escolas estaduais, com o apoio do Sindicato dos Professores e Sindserpe.