Por Terezinha Nunes, deputada estadual pelo PSDB Na época da colonização, o Nordeste brasileiro foi obrigado a receber milhares de escravos africanos aqui despejados, como mercadoria, pelos navios negreiros.
Retirados de sua pátria onde ficavam suas famílias, eles ou morriam de banzo – a doença da tristeza, hoje chamada de depressão – ou passavam o resto dos seus dias trabalhando de sol-a-sol pelo direito a um simples prato de comida.
Os mais afoitos eram torturados, presos ou simplesmente assassinados.
O Brasil até hoje paga o preço por esta mancha perpetrada em sua história de grande nação.
A escravidão do Brasil-Colônia é tida como uma das mais condenadas e amplas das conhecidas naquela época.
Hoje, de forma paradoxal, o Nordeste passou a ser zona preferencial, nas palavras do ministro da saúde Alexandre Padilha, para receber os médicos estrangeiros, em sua quase totalidade cubanos, que estão chegando ao nosso país não mais de navio – ainda bem - mas em possantes aviões internacionais.
Está mais do que claro que faltam médicos no Brasil – carência que o governo do PT não cuidou de amenizar nos seus mais de 10 anos de poder – e que é necessário trazer médicos de fora para cobrir a lacuna.
Também é verdade que as regiões Norte e Nordeste são as que mais precisam destes profissionais, estando mais propensas a recebê-los.
Também é evidente que não se pode concordar com manifestações isoladas de grupos racistas que vêm xingando os médicos cubanos.
Da mesma forma que não fez sentido o aparato que o PT montou no Recife para bater palmas para os primeiros imigrantes, como se eles fossem troféus.
Também ficou evidente que fazer os médicos desfilarem de jaleco diante de câmaras de televisão, quando não estavam em unidades de saúde mas em aeroportos, tem o real propósito de produzir cenas para o programa eleitoral da presidente Dilma no ano que vem.
Não se pode, porém, com a criação de falsas manifestações – pró ou contra – encobrir o que, verdadeiramente, causa perplexidade e está por trás desta vinda de 4 mil médicos cubanos para o Brasil.
Estamos, de forma clara, repetindo, a seu modo, os tempos do descobrimento e permitindo, após centenas de anos de evolução do mundo no que se refere à garantia dos direitos humanos, que os médicos cubanos estejam sendo transportados de Cuba até aqui para receber salários aviltantes e, em pleno século 21, serem os novos escravos brasileiros.
Com salário estipulado em R$ 10 mil – o que o Governo Federal se propõe a pagar para os médicos estrangeiros que vão trabalhar para o SUS – os médicos cubanos, ao contrário dos europeus ou latino-americanos em geral , vão receber pouco mais de R$ 1 mil mensais.
O resto o Governo brasileiro, através de um arrumadinho comandado pelo ministro Padilha, vai repassar direto para Cuba.
Ficará sob a guarda do Governo cubano para cobrir os constantes déficits do regime comunista.
Na literatura brasileira e até mundial não há outro nome para isso que não seja escravatura.
Está certo que o povo brasileiro, sobretudo o nordestino, não vai deixar os médicos passarem fome.
A generosidade, principalmente dos mais pobres, é imensa.
Mas, como dizia Luís Gonzaga – “ seu doutô, uma esmola /, para um homem que é são/, ou lhe mata de vergonha/ ou vicia o cidadão “ - não se pode pagar com esmola um trabalho digno como o que os médicos cubanos vão realizar por aqui.
Não causará surpresa se o Brasil tiver que pagar o preço desta escravidão nos tribunais internacionais.
Afinal, nenhum tribunal de respeito ou defensor dos direitos humanos, vai fechar os olhos a isso.
Curtas Igual – o prefeito Geraldo Júlio seguiu o ensinamento do seu padrinho, o governador Eduardo Campos, matando no nascedouro a crise que se instalou na PCR após a divulgação de que estaria recebendo dois salários: um TCE e outro da Prefeitura..
Como registrou esta coluna na semana passada, o governador tem feito exatamente isso desde que assumiu.
Cada vez que é acusado de algo, encontra uma forma de se livrar da acusação, tomando providências sobre o futuro.
O passado fica para trás.
Jarbas – O senador Jarbas Vasconcelos, amigo do ex-governador José Serra, diz que, caso decida se candidatar a presidente por outra legenda, Serra terá que medir as consequências deste ato sobre sua carreira política.
Para ele, se o ex-governador paulista, além de não lograr êxito, acabar contribuindo para derrotar a oposição no pleito, pode vir a ser acusado de responsável pelo ocorrido.
Tapete – Não se fala mais na Assembléia sobre a ampliação do voto aberto no plenário.
Desde que a casa se dividiu entre os projetos díspares dos deputados Maviael Cavalcanti e Sílvio Costa, que a mesa diretora não colocou mais o assunto na pauta da casa.