Foto: Michele Souza/JC Imagem Em reunião nesta sexta-feira (30) entre a comissão especial da Câmara do Recife que trata de transporte público e a Frente de Luta pelo Transporte Público de Pernambuco - grupo que organizou os últimos protestos em favor de melhorias no setor -, foi criado um grupo de trabalho para analisar a viabilidade de implantar passe livre para estudantes e desempregados nos coletivos da capital pernambucana.

Além de seis integrantes da Frente e dos parlamentares, o grupo terá a participação de um especialista em transporte público.

O presidente da comissão especial, vereador Jayme Asfora (PMDB), disse na reunião que pedirá nos próximos dias à mesa diretora a contratação do profissional.

O peeemedebista já protocolou uma solicitação de relocar um servidor da Casa José Mariano para assessorar os trabalhos.

Para auxiliar a confecção do relatório, o grupo também pretende realizar audiência pública e coletar pareceres de outros especialistas.

Os estudantes querem que o documento final seja entregue dentro de 45 dias, considerando que desde o dia 8 deste mês - quando a Câmara foi ocupada pelos manifestantes durante cerca de 10 horas - o presidente da Casa, vereador Vicente André Gomes (PSB), se comprometeu a colocar em votação o projeto de lei que estabelece o passe livre.

A comissão, entretanto, tem 90 dias de trabalho, podendo ser prorrogada pelo mesmo período e, por isso, não se comprometeu literalmente com este prazo. “Colocamos como meta termos pelo menos algumas indicações dentro de 45 dias, que nosso trabalho esteja avançado”, disse o vereador da oposição Wanderson Florêncio (PSDB), integrante da comissão especial.

A proposta do passe livre consta no programa de governo no prefeito Geraldo Julio (PSB).

Em relação aos desempregados, a Frente de Trabalho defende critérios para receber o benefício, como um limite de tempo.

Membro da Frente de Luta pelo Transporte, Pedro Josephi considerou a reunião positiva em relação aos encaminhamentos para a implantação do Passe Livre, mas lamentou o fato de os vereadores não terem se debruçado sobre toda a pauta de reivindicação, que, ao todo, tem 13 pontos.

A comissão se reúne semanalmente e um novo encontro com os manifestantes ficou marcado para o próximo dia 12, quando o resto da pauta será discutido.

CÂMARA FECHADA - Outro assunto da reunião foi o novo sistema de segurança da Câmara, que está dificultando a entrada da população, de acordo com os estudantes.

A integrantes da Frente Ingrid Farias disse que tentou por duas vezes entrar na Casa nos últimos dias e foi impedida.

Desde a ocupação, apenas uma das entradas está sendo usada.

Jayme argumentou que o sistema é apenas para garantir a identificação dos visitantes e se comprometeu a tentar viabilizar a entrada dos estudantes na próxima visita.

Representantes da Frente também questionaram o fato de a reunião ter ocorrido na sede da OAB, e não na Câmara.

A comissão também demonstrar incômodo com a decisão, mas disse que o motivo foi o fato de o expediente nos dias de sexta terminar às 13h (a reunião começou às 15h) e porque estava prevista uma manifestação em frente à Casa. “Queremos funcionar como uma caixa de ressonância entre o povo e a Câmara.

Quando tiverem dificuldade, tragam para nós e vamos tentar resolver”, disse Jayme.