Foto: BlogImagem Os deputados federais Mendonça Filho (DEM), Pedro Eugênio (PT) e Luciana Santos (PCdoB) foram unânimes em concordar que a Câmara dos Deputados ficou numa situação delicada após a votação que culminou na manutenção do mandato do deputado Natan Donadon.

Os três deputados estiveram nos estúdios da Rádio Jornal nesta sexta-feira (30) para debater o cenário político após os protestos ocorridos em junho nas principais cidades do País.

Na quarta (28), a maioria dos parlamentares presentes na Casa, 233 deputados, votaram pela cassação do mandato de Donadon, que foi condenado a mais de 13 anos de prisão e cumpre pena na Penitenciária da Papuda, em Brasília.

Por 14 votos, a Câmara não alcançou o quórum suficiente para cassar o deputado.

Leia também: Câmara livra Donadon de cassação; Alves afasta deputado Mendonça Filho adiantou que o DEM pretende obstruir as votações até que a PEC que define o voto aberto seja apreciada pelo prenário da Câmara. “Não dá mais para conviver com essa realidade, com um clima de desconfiança tremendo.

Todos os políticos pagando a conta como se tivessem corroborado com essa decisão”, diz.

De acordo com Luciana, a expectativa é de que o voto aberto seja votado já na próxima semana. “É um caminho de coibir circunstâncias dessa natureza”, explica.

Ambos dizem ter votado pela perda do mandato de Donadon.

Leia também: Bruno Araújo filma voto pela cassação de Donadon Fernando Filho diz que Câmara deu um tiro no pé ao salvar Donadon Já Pedro Eugênio explicou porque estava ausente no momento da votação.

Segundo o parlamentar, ele tinha um compromisso marcado com antecedência para o mesmo horário.

Para Eugênio, a ausência de vários deputados não representa um movimento pela absolvição de Donadon. “Quem quer votar a favor do deputado comparece”, afirmou, explicando que quem tem esse intento fica protegido pelo voto secreto. “Quem está ausente fica exposto”, disse.

Na votação de quarta, 131 votos foram a favor do deputado, enquanto 41 se abstiveram.

Dos 459 parlamentares presentes a Câmara, apenas 405 registraram seus votos.

Tanto Mendonça quanto Luciana minizaram a possibilidade de punição para o deputado Bruno Araújo (PSDB), que filmou o próprio voto e divulgou na Internet.

Como o voto era secreto, Bruno pode ter que responder por quebra de decoro parlamentar. “Ele é um parlamentar sério e não pode ser questionado em relação a isso”, disse o deputado. “Tanta gente fez isso lá no Congresso”, falou a parlamentar.