Os membros da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara realizam, nesta terça-feira (3), em parceria com a Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória da Paraíba, sessão pública sobre o caso do estudante Luiz Alberto de Sá Benevides.

Militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário morreu, misteriosamente, em acidente de carro, no município de Caruaru, no Agreste pernambucana, no dia 8 de março de 1972.

Na ocasião, ele estava acompanhado da esposa e pesquisadora social, Miriam Lopes Verbena, também do PCBR.

O veículo teria sido emprestado por Ezequias Bezerra da Rocha, simpatizante do partido.

As ouvidas ocorrem, a partir das 9h30, no auditório do Ministério Público da Paraíba, no centro.

Os membros das comissões ouvem o ex-militante do PCBR, Antônio Soares Lima “Help”, que era cunhado de Benevides.

E ainda, a irmã do paraibano, Sônia Sá Benevides, que vem do Rio de Janeiro, onde reside. “O caso de Benevides é muito difícil.

Não temos muitas provas materiais, perícia e as informações são vagas.

Vamos buscar documentos do SNI (Serviço Nacional de Informações), Exército e visitar o local onde ocorreu o acidente no interior de Pernambuco.

De maneira empenhada também estamos trabalhando em Pernambuco, analisando violações que envolvem trabalhadores urbanos, sindicatos, igrejas e cassações de deputados”, comenta a relatora e membro da CEMVDHC, Nadja Brayner.

Roberto Franca, da CEMVDHC e sub-relator, ressalta a importância desta sessão conjunta. “Estávamos analisando este caso e por se tratar de um paraibano decidimos cruzar as informações.

Diante do que já apuramos, a morte de Benevides nos leva ao entendimento de que não foi um mero acidente de trânsito.

Há indícios de que tenha ocorrido após perseguição pela força de segurança da época”, explicou.

As circunstâncias do acidente não são claras.

Com relação a Ezequias Bezerra, a versão é que ele se evadiu durante encontro com companheiros do partido em 12 de março de 1972, na cidade universitária.

Em 1991.

No entanto, após comparação de digitais do ex-militante com um corpo encontrado no município de Escada, o assassinato por tortura foi confirmado.