Foto: divulgação O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) determinou a paralisação dos serviços do Centro de Triagem de Ribeirão, na Zona da Mata sul de Pernambuco.
A ação é decorrente de uma série de denúncias feitas à imprensa e ao Conselho de medicina, nesta semana.
O Conselho teve o apoio do sercretário de Saúde do município, Fernando Viana, e da diretora geral da unidade, Natana Bezerra de Lima, além do controlador de Ribeirão, Paulo Araújo, para a suspensão dos serviços.
A unidade, que hoje assiste cerca de 50 mil pessoas, estava com a escala de um plantonista para atender em média 100 pacientes em 24h, ainda assim, integrada por um enfermeiro que se passava por médico, preso em flagrante.
Nela, os cidadãos não podiam ser internados nem fazer procedimentos cirúrgicos e as parturientes não tinham condições de parir porque não há sala de parto.
Ainda segundo a fiscalização, não havia equipamentos para pacientes mais graves, como desfribilador e respirador.
Ainda foi verificado mofo e infiltrações nas paredes da recepção, da triagem, da sala de espera, do consultório médico e da sala de observação, por exemplo.
Por fim, os médicos fiscais Sylvio Vasconcellos e Otávio Valença, constataram que a falta de estrutura física na unidade, escalas de plantão desfalcadas e a ausência de um diretor técnico não garantem as condições básicas para o atendimento médico no serviço.
Além disso, o local não atende à resolução 1.342/1991 do CFM, que estabelece normas sobre responsabilidades e atribuições dos diretores técnico e clínico, onde obriga que qualquer organização hospitalar – pública ou privada- tenha que funcionar com esses profissionais.
Assim, com a paralisação da unidade o Cremepe aguarda o retorno das atividades do Hospital Municipal Professor Clovis Azevedo Paiva, para o prédio alugado em que funcionava anteriormente, desocupado na atual gestão, em função de um débito de R$ 1 milhão deixado pelo prefeito anterior.
Segundo os gestores do município, o reinício das atividades do hospital se dará em 11 de setembro, com gerenciamento de uma organização social já contratada.
Já a questão dos plantonistas que atuavam ilegalmente no serviço, há investigação policial em curso e foi instaurada sindicância no Cremepe para apurar responsabilidade ética.