Do Jornal do Commercio desta segunda-feira (26).

SÃO PAULO - A Comissão Nacional da Verdade começa nos próximos dias a organizar a etapa final de seu trabalho, que é a preparação do relatório do que apurou e ainda está sendoapurado sobre violações de direitos humanos nos anos da ditadura militar.

As primeiras reuniões para discutir o formato do relatório devem ocorrer no final de setembro.

A chegada a essa nova fase ocorre, porém, num momento delicado, com o agravamento da crise interna que envolve os cinco integrantes da comissão.

A tensão chegou a tal ponto que alguns deles já não se falam.

Também são comuns as trocas de palavras ásperas nas reuniões semanais.

O receio entre militantes de direitos humanos é de que a crise acabe prejudicando o relatório final.

Preocupada, a presidente Dilma Rousseff decidiu acompanhar mais de perto os trabalhos.

Segundo informações de assessores da comissão, teria designado para a tarefa o seu chefe de gabinete, Giles Azevedo.

Por outro lado, também se atribui parte dos problemas à própria presidente, que se mantém indecisa quanto à indicação dos sucessores do ministro Gilson Dipp e do procurador Claudio Fonteles.

Os dois pediram afastamento do cargo e há mais de três meses aguarda-se os nomes dos substitutos.

Dipp saiu por motivos de saúde.

Quanto a Fonteles, não teria suportado a tensão interna.

A maneira como ele saiu, de modo abrupto e com o anúncio público de sua decisão, desagradou o Planalto.

Após ter sido convidado pessoalmente por Dilma, que o recebeu para uma longa conversa sobre os temas da comissão, esperava-se que ela soubesse antes da decisão dele.

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