Foto: Angélica Souza/JC Trânsito Integrantes da Frente de Luta pelo Transporte Público de Pernambuco, que organizam os recentes protestos no Recife, realizaram uma coletiva nesta sexta-feira (23) - dois dias após uma mobilização violenta no Centro e um dia após a Secretaria de Defesa Social (SDS) avisar que vai endurecer contra os atos - na qual disseram que não vão parar as manifestações.
O grupo também informou que não pretende criminalizar os atos de vandalismo praticados por pessoas que utilizam a chamada tática black bloc, criada para se defender da polícia.
No Recife, participantes de protesto por transporte público se dizem perseguidos OAB-PE condena vandalismo em manifestações e apoia quebra de anonimato dos mascarados Frente de Luta pelo Transporte acusa Vicente André Gomes de fechar diálogo Na Câmara, comissão de transporte público diz que manifestantes não apareceram para diálogo Suspeito de roubar motos confessa ter incendiado ônibus durante protesto “A Frente não convocou, incentivou nem patrocinou qualquer tipo de depredação ao patrimônio público e privado, sequer discutimos esta possibilidade.
Organizamos um protesto, mas não podemos ter controle de quem participa nem vamos vetar a participação de nenhum grupo.
Mas também não vamos cair na armadilha de criminalizar os atos” , disse Pedro Josephi, membro da Frente.
A manifestação de quarta (21) começou pacífica, mas por volta das 16h um grupo começou a depredar estabelecimentos e entrou em confronto com a polícia.
A Câmara suspendeu os trabalhos.
No início da noite, um ônibus foi incendiado.
Todos os integrantes da Frente escalados para falar com a imprensa fizeram questão de destacar que esta foi a sétima mobilização desde o dia 20 de junho e que todas as anteriores foram pacíficas, havendo excessos apenas da polícia, que, em uma delas, chegou a deter mais de 30 pessoas.
Mais uma vez, a atuação da polícia foi condenada.
Os membros da Frente questionaram o fato de este ter sido o mais violento ato, porém o único em que não houve detenção.
Eles ainda contestaram o posicionamento da SDS de proibir o uso de máscara.
De acordo com o advogado do grupo, Rafael Franco de Sá, a atitude é inconstitucional. “Em nenhum lugar do mundo existe isso”, lembrou.
O grupo marcou para segunda (26) uma plenária para debater os rumos do movimento e já marcaram presença presença do Grito dos Excluídos, no dia 7 de setembro. “Não vamos deixar de ir às ruas nem de pentelhar os vereadores (para instalar a CPI do transporte)”, avisou a estudante Raissa Bezerra.