Por Jamildo Melo, editor do Blog de Jamildo No próximo dia 14, o sindicalista Aldo Amaral, presidente do sindicato de construção pesada e presidente da Força Sindical em Pernambuco, vai receber cerca de 1, 2 mil pessoas no Clube Português e começar uma nova etapa em sua vida.
Depois de liderar greves em Suape, planeja agora comprar brigas no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília.
A partir de 2014, a central sindical quer vê-lo em uma das 25 cadeiras reservadas aos nossos deputados federais.
Sem alarde, no último dia 12, o presidente da Força Sindical em Pernambuco já havia se filiado ao PRB, da Igreja Universal e do ministro da Pesca de Dilma, Marcelo Crivela, do PRB do Rio de Janeiro.
Crivella é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus.
Igreja e partido entraram no governo com a missão de vocalizar os anseios de políticos evangélicos.
Com a conquista de uma musculatura considerável, depois de esquecidos os Centros de Solidariedade do tempos de Marcos Aurélio (hoje vereador), os sindicalistas agora querem também poder político. “A meta da Força Sindical Nacional é ter, no mínimo, de 10 a 15 deputados federais em 2014 e Aldo Amaral será um deles”, revela o Mineiro, como é mais conhecido José Lúcio Alves no meio sindical.
Ele é assessor especial da presidência da Força em Pernambuco.
Se der o mesmo sucesso obtido na esteira econômica, Aldo Amaral não deve ter maiores percalços.
Há cerca de quatro anos, a Força Sindical em Pernambuco movimentava R$ 20 mil do imposto sindical por ano.
Nos dias de hoje, já são cerca de R$ 800 mil por ano, depois de enviados R$ 2 milhões para o comando nacional da agremiação sindical, pelo governo Federal.
O secretário-geral da Central Sindical, Fábio Porto, um ex-militante do MR8, revela que a base sindical já é formada por cerca de 400 mil trabalhadores, em 108 sindicatos e 32 colônias de pescadores, que podem chegar a 105 cidades pelo Estado, se tudo der certo com os planos.
Já foram criadas estruturas em Petrolina, Pesqueira e Palmares.
O maior avanço até aqui, entretanto, foi obtido apostando em comitês de agricultura familiar, colônias de pescadores e comerciários.
No começo eram apenas seis sindicatos de comerciários.
Hoje, já são 14, com a chegada de Carpina e Limoeiro.
A maioria deles foi tomada da UGT.
O pulo do gato, nesta escalada, é dividir o poder.
Muitos destes sindicatos entravam com a base sindical, mas não participavam da direção estadual da central.
Na última eleição, em junho, foram eleitos 53 diretores em todo o Estado, com nove secretarias, voltadas para tocar o dia a dia da central, nas três áreas estratégicas.
Em certo sentido, Aldo Amaral é um fruto das transformações que ocorreram em Pernambuco com a chegada dos investimentos estruturadores.
Não existia sindicato de mão de obra de construção pesada até então.
Apenas o Exército cuidava deste tipo de serviço.
Já atuando na política partidária antes mesmo de obter algum mandato, Aldo Amaral, com a ajuda de Crivela, indicou o secretário de Pesca do governo Federal no Recife.
Marcos Cansio está no sertão, onde a pesca avança a partir de tanques rede.
No Estado de Pernambuco, o PRB tem 47 vereadores e apenas um deputado federal, Pastor Vilalba.
A Força Sindical fez um acordo com o PRB, para transformar Aldo Amaral no segundo deputado federal.
Para eleger cada deputado federal, estima-se que sejam necessários 180 mil votos. o Mineiro Relação com o PDT Com o lançamento do nome do sindicalista, a Força Sindical sepulta de vez as esperanças de que Paulo Rubem Santiago, abandonado pelo PT, fosse o deputado federal da central sindical.
Santiago até que tentou, mas foi rejeitado, sem alarde.
O líder nacional da Força Sindical, o chamado Paulinho da Força, é deputado federal pelo PDT.
Mineiro conta que, depois de uma série de discussões, a central sindical chegou ao entendimento de que deveria privilegiar uma liderança natural, nascida no meio sindical, antes de importar nomes para a representação política. “Eu estava nas greves do ABC, militando nos sindicatos de metalúrgicos e vi Lula falando para 40 mil pessoas.
De 1990 para cá, Aldo Amaral é um dos poucos líderes sindicais que eu vi nascer.
Ele estava lá em Suape, falando para 50 mil homens parados”, comenta, fazendo uma analogia com o ex-presidente.
Aldo Amaral já pertenceu ao PDT, mas acabou afastando-se.
Neste tempo, chegou a indicar um vice presidente da Força Sindical para uma vaga no gabinete de Paulo Rubem Santiago, antes de recuar da aliança, aconselhado a buscar voo solo.
Nesta época, Amaral tratava Santiago como o federal dos trabalhadores da Força Sindical.
Com ou sem Eduardo?
O único dilema que o candidato a deputado federal ainda não resolveu está relacionado à Frente Popular de Pernambuco.
O PRB é da base de Dilma, mas Aldo Amaral tem boas relações com Eduardo Campos.
Caso o socialista decida sair candidato a presidente contra Dilma, o sindicalista terá que tomar um lado.
Na avaliação de mineiro, Paulinho da Força Sindical apoiará tanto Aécio Neves como Eduardo Campos, com quem se dá bem e já chegou a se reunir aqui no Recife. “Os dois são muito jovens, fizeram bons governos, saíram bem avaliados.
Paulinho vai ficar em um beco sem saída, mas acredito que uma boa opção seria ter um nordestino como vice”, afirma, acentuando que fala em nome pessoal.
Universal não dá ponto sem nó.
Eduardo também não.
Entenda a fraternidade entre ambos Diferenças com a CUT Os dois sindicalistas contam que há dois pontos que mais os diferenciam da CUT.
O primeiro deles é a defesa do imposto sindical.
A Força acha que, sem dinheiro, não há como manter a máquina sindical.
Outro ponto é a pluralidade sindical.
A Força defende que, se for aceita, vai enfraquecer a luta sindical e a representatividade. “A maior diferença, entretanto, será sempre a relação com o governo.
Se a gente tiver que aplaudir, aplaude.
Se for coisa errada para o trabalhador, a gente vai para cima.
Vamos ficar batendo palma?”, pergunta Mineiro.
Mais filiações Neste momento, o movimento sindical prepara-se para realizar a adesão de mais 11 sindicatos de servidores públicos pelo Estado.
O Sindicato dos Trabalhadores em Laticínios de Garanhuns foi um dos mais recentes, tomado da CUT.
Fábio Porto, amplia base com comerciários Os comerciários dos municípios de Olinda, Paulista, Abreu e Lima, Igarassu, Itapissuma e Itamaracá vão ter o salário reajustado.
O Sindicato dos Empregados no Comércio das Cidades de Paulista, Abreu e Lima, Igarassu, Itapissuma e Itamaracá (Sindecom), como também o Sindicato dos Empregados no Comércio da Cidade de Olinda (SECO) fecharam acordo salarial.
Os trabalhadores conseguiram um reajuste de 8,5%, passando de R$ 678,00 para R$ 800,00.
Já o vale-alimentação passa para R$ 90,00.
A nova remuneração é retroativa a 1º de março.
No total, foram realizadas cinco rodadas de negociações com o Sindicato do Comércio do Eixo Norte (sindicato patronal), que tiveram início em abril deste ano, cuja decisão já está homologada no Ministério do Trabalho. “Tivemos um ganho real, saímos de R$ 700,00 para R$ 800,00, com um percentual de mais de 15% de reajuste”, afirmou Fábio Porto.
Além dos reajustes salariais, entraram no acordo: salário admissional de R$ 730,00, nos três primeiros meses, para quem não tem experiência; ajuda de custo para o trabalho nos domingos no valor de R$ 16,00 por dia, para os feriados R$ 21,50 por dia, entre outros benefícios.