“Então, eu queria dizer o seguinte: eu estou disposta a discutir qualquer proposta, inclusive do fator previdenciário.Agora, deixamos claro para as Centrais, desde que qualquer proposta seja feita que não afete a sustentabilidade financeira da Previdência e que não coloque em risco a aposentadoria dos trabalhadores que hoje ingressem no sistema”.

A presidente também falou de sua reação às manifestações de rua. “Olha, nós já temos o pacto encaminhado em todos os seus pontos, eu diria em todos os seus pontos.

Primeiro, nós somos adeptos do diálogo e da parceria, em especial com o Congresso, porque tem o Congresso, eu não tenho como aprovar as leis, e isso já deu frutos.

Porque na semana passada o Congresso aprovou uma proposta do governo federal de destinação dos royalties do petróleo e dos recursos do Fundo Social do Pré-Sal para a educação.

E priorizou a educação básica.

Nesse caso é importante que a gente tenha em vista do que se trata.

Trata-se de pegar os recursos dos royalties e colocar onde?

Colocar naquilo que exigirá do país um grande esforço de investimento: Primeiro, creche.

Nós temos de ter uma política de creches muito ousada, além do que nós estamos fazendo – nós já estamos fazendo até o final de 2014 seis mil creches.

Mas a creche não é uma questão para a mulher, é também, mas é, sobretudo, para a criança.

Está provado que a criança até 3 anos forma a sua capacidade cognitiva - quanto mais estimulada, mais expande essa capacidade cognitiva.

Então, uma criança de classe média é estimulada porque a mãe vai lá pega joguinho, joga com a criança e nós queremos que todos os brasileirinhos e as brasileirinhas tenham as mesmas oportunidades.

Então, creche é fundamental e exige professor especializado, exige uma atenção, uma dedicação à criança para desenvolver sua capacidade.

Além disso, nós temos de ter alfabetização na idade certa.

Se a criança não aprende a ler, a interpretar um texto simples, a fazer as quatro operações até uma certa idade, ela compromete seu aprendizado daí para frente.

Qual é essa idade?

No máximo até 8 anos.

Chama-se alfabetizar na idade certa.

Isso implica em dar um grande peso para a professora alfabetizadora, pagá-la bem, ela tem de ter um bom salário, ela tem de ser incentivada, ela tem de ser reconhecida socialmente, porque ela terá um papel crucial para o futuro do nosso próprio país e também do presente”. “Nós temos de ter educação em dois turnos.

O Brasil não pode deixar uma parte das suas crianças sem educação em dois turnos.

Hoje, nós já conseguimos ter 50 mil crianças em escolas de dois turnos.

Mas é preciso mais.

Tanto para incorporar novas, mas para também melhorar essas.

O que é a educação em dois turnos?

Não é colocar esporte e arte no segundo turno, é colocar mais português, mais matemática, mais língua – uma língua -, mais ciência. É isso que é educação em dois turnos. É isso que se faz no resto do mundo.

Eu não estou dizendo que não é necessário uma aula de esporte e arte, etc, que não é isso o que caracteriza a educação em dois turnos.

O que caracteriza, em dois turnos, é ter mais cursos.

Nós temos de ter ensino médio integrado, nós temos de ter mais universidades no interior do país, nós temos de ter cursos de pós-graduação.

Para isso é preciso dinheiro.

Daí, o que é que nós propomos?

Nós propomos dinheiro dos royalties.

Os royalties, só os royalties, para você ter uma ideia, com essa lei aprovada no Congresso, nessa semana que passou, haverá mais R$ 1 bilhão e 400 milhões para financiar a educação, já em [20]14; mais R$ 3 bilhões em [20]15; R$ 6 bilhões em 2016; chegando a R$ 13 bilhões em [20]18, e assim sucessivamente.

Isso sem falar nos recursos do Fundo Social, que serão maiores, mas entram a partir de [20]18, de 18 para 19, de 2018 para 2019.

Então, nós teremos, nesse pacto que era a educação, nós colocamos muitos recursos.

Agora conseguimos aprovar e eu tenho certeza que também o ambiente político que se criou no Brasil depois das manifestações ajudou muito”.