Foto: Bernardo Soares/JC Imagem Dezesseis meses após ser aprovado na Comissão de Justiça (CCLJ), o substitutivo da PEC do voto aberto foi arquivado pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) em uma votação tumultuada nesta quarta-feira (14).

Sem acordo sobre a matéria, o plenário foi esvaziado e o substitutivo não obteve os 30 votos necessários para ser aprovado - foram 28 a favor.

Com isso, a análise do voto aberto, que tramita há dois anos na Casa e chegou à pauta após as manifestações de junho, volta à estaca zero, com a apreciação, isoladamente, das duas PECs que tratam sobre o assunto.

Uma matéria, de autoria de Silvio Costa Filho (PTB), determina o voto aberto em todas as votações.

Outra, de Maviael Cavalcanti (DEM), prevê o voto aberto, com exceção das votações para escolha da mesa diretora, da cassação de mandatos e dos vetos ao executivo.

Por ordem cronológica, a primeira a ser analisada - nesta quinta (15) ou na terça (20) - será a do democrata.

Caso ela seja aprovada, a do petebista é arquivada, já que trata do mesmo objeto.

Se a matéria de Maviael for rejeitada, será votada a de Silvio Costa Filho.

Para tentar chegar a um consenso em torno da sua proposta, o petebista sugeriu um substitutivo determinando que, no caso de cassação de mandatos e escolha da mesa diretora, haja uma votação para decidir se o voto será aberto ou fechado, vencendo 2/3 do plenário. “Não vou desistir da proposta de abrir o voto.

Mais de 30 deputados estaduais já se manifestaram favoráveis a nossa proposta.

Mas posições divergentes fazem parte do processo democrático”, afirmou o petebista.

Entretanto, há resistência para abrir o voto na eleição da mesa diretora. “O voto fechado para eleição da mesa é importante para a autonomia dos parlamentares.

Na verdade, isso (a proposta de Silvio Costa de poder abrir o voto) é uma maquiagem.

Se for aprovada, quando for votar a mesa, haverá uma pressão para abrir o voto”, avalia o deputado Raimundo Pimentel (PSB), relator do substitutivo.

O socialista é acusado de esvaziar o plenário, já que deixou a sessão com um grupo de aproximadamente oito deputados, e inviabilizar a aprovação do seu próprio texto, afirmação que ele nega. “Não é uma manobra.

Usamos o regimento para deixar claro que não havia acordo”.