Por Bruna Serra Do JC Online Investidos numa diplomacia política que, de tão festejada, chegou a suscitar especulações de que haveria um acordo de cavalheiros para evitar desgaste político a ambos, o ex-prefeito João da Costa (PT) e o atual, Geraldo Julio (PSB) demonstraram posições conflitantes na última segunda-feira (12), quando a equipe do socialista tornou pública a lei assinada pelo petista, permitindo uma verba de representação, que amplia o salário.

Procurado pelo JC para comentar a polêmica jurídica sobre a lei, o petista, de pronto, respondeu que leis podem ser revogadas, deixando para Geraldo Júlio o ônus do recebimento da verba. “A lei pode ser revogada.

O prefeito não é obrigado a receber o dinheiro. É uma opção de quem está no cargo. É optativo”, disparou, sem meias palavras.

João da Costa lembrou que, como ele não era cedido por nenhum órgão quando desempenhava a função de prefeito, não estava listado entre aqueles que poderiam optar pela verba de representação. “Essa lei foi promulgada por João Paulo.

Eu apenas fiz uma atualização.

Inclusive, eu mesmo não recebia.

E também não acho nenhum absurdo o prefeito receber”, afirmou o petista, buscando contemporizar as declarações.

Em julho de 2011, o JC publicou três matérias que apontavam para a instituição da verba de representação.

Ela havia sido instituída na gestão João Paulo para que os secretários cedidos por outros órgãos pudessem contar com um “extra” nos salários.

Sua atualização contemplou o então vice-prefeito, Milton Coelho (PSB), que é auditor do Tribunal de Contas do Estado, e, à época, optou por receber o provento pago pela Corte, que variava de R$ 6,7 mil a R$ 12,8 mil (sem gratificação).

Como o socialista não pode usufruir do mesmo benefício destinado aos secretários, João da Costa optou pela atualização da lei.