Foto: Alexandre Severo/JC Imagem Por Bruna Serra e Débora Duque Do JC Online A partir da próxima semana, começam a expirar os prazos para que os envolvidos nos contratos entre a Ideia Digital e as secretarias estaduais de Ciência e Tecnologia e Educação apresentem suas defesas junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).

O prazo é diferente para cada um dos convocados pela Corte de contas, em virtude da data em que cada um recebeu a intimação.

O julgamento, entretanto, deve acontecer apenas em novembro, embora o prazo inicial dado pelos conselheiros fosse setembro.

Fontes ligadas ao tribunal afirmam que a chegada do parecer da Controladoria-Geral da União (CGU) atrasou o julgamento.

Entre os intimados a se defender ou apresentar esclarecimentos estão o ex-secretário Anderson Gomes, que é citado tanto no processo da secretaria de Ciência e Tecnologia, sob apreciação do conselheiro Valdeci Pascoal, como no processo da secretaria de Educação, que está sob a tutela do conselheiro João Campos.

No processo da Ciência e Tecnologia, está intimado também o atual gestor da pasta, Marcelino Granja (PCdoB), que na qualidade de secretário - a partir de fevereiro de 2011 - deve prestar esclarecimentos sobre problemas na execução dos serviços e falha no sinal de transmissão de dados da rede.

Outros dois funcionários também foram convocados.

Alfredo Carvalho, gerente geral de Política de Ciência, Tecnologia e Inovação, e Bruno Rodrigues Cunha de Abreu, servidor responsável por atestar notas fiscais de despesas.

O processo da secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco envolve R$ 140.791,56.

Já o contrato entre a Ideia Digital e a secretaria de Educação do governo estadual envolve cifras maiores.

Trata-se de R$ 1,3 milhão.

Além do ex-secretário, o conselheiro João Campos intimou Mário Wilson do Lago, um dos sócios da empresa, e mais seis funcionários e ex-funcionários.

João Carlos Duarte, auditor do TCE cedido à secretaria ainda na gestão Danilo Cabral (2007 a 2010), que atuava como gerente de tecnologia da informação, está entre os convocados.

O mesmo ocorre com Mônica Rejane Santa Cruz, ex-gerente geral administrativa financeira da secretaria de Educação, cujo cargo tinha como função ordenar despesas, e que assinou os contratos junto com Anderson Gomes.

Os outros são Felipe Vilar de Albuquerque, procurador do Estado cedido à pasta, e o ex-gerente de infraestrutura de tecnologia da informação, Alexandre José Henrique de Oliveira Luna, exonerado em dezembro do ano passado.

Ao longo das últimas semanas, o JC mostrou em reportagens que alguns dos equipamentos considerados superfaturados pela Controladiria-Geral da União foram adquiridos pelo governo do Estado, que tomou como base a ata de registro de preços praticada pela Prefeitura de João Pessoa, em 2009.

Com base na análise do órgão federal, é possível verificar um prejuízo de, pelo menos, R$ 1,4 milhão aos cofres estaduais.