Na Zona da Mata pernambucana, a taxa de mortalidade infantil é de 13,8, por mil nascidos vivos (Datasus/2011), mais de 16 mil domicílios não têm banheiro nem sanitário, e 17,6% da sua população vivem em situação de extrema pobreza (IBGE/210).
Apesar disto tudo, surpreende que a região do estado seja a que mais tem atraído investimentos para grandes empreendimentos.
Diante desse cenário, e com o objetivo de propor políticas públicas de desenvolvimento com justiça social, o Movimento Sindical Rural, Movimentos Sociais e Organizações da Sociedade Civil elaboraram as Diretrizes para Reestruturação Socioprodutiva da Zona da Mata, que serão entregues, na próxima segunda-feira, 12, às 14h, aos governos e ao Poder Legislativo, nos níveis municipais, estadual e federal. “As 85 propostas do documento são uma alternativa ao modelo de desenvolvimento baseado na desigualdade e exclusão social, que está em curso na região, fruto da ausência de políticas públicas estruturantes que criem condições necessárias para promover a qualidade de vida dos homens e das mulheres que vivem no campo e na cidade, o que vem ameaçando a produção de alimentos e, consequentemente, a soberania e segurança alimentar e nutricional das populações urbanas e rurais”.
As diretrizes focam nos seguintes eixos: permanência e acesso à terra e ao território; assalariamento rural; sistema produtivo, agroecologia, segurança e soberania alimentar; e políticas públicas e projetos/programas sociais.
A iniciativa de reunir parceiros para a construção desse documento foi da Fetape e a produção do texto foi subsidiada por um ciclo de reuniões, oficinas e seminário, que, além de envolver as organizações que assinam as Diretrizes, possibilitaram a escuta de moradores da região, pesquisadores e economistas, a exemplo de Tânia Bacelar.
Documentos trabalhados em debates passados também foram utilizados como referenciais para a produção das propostas.
O objetivo é que, a partir dessas contribuições da sociedade civil, os poderes Legislativo e Executivo possam adotar um novo olhar para a região, garantindo políticas públicas que possibilitem um desenvolvimento com justiça social e ambiental.
Secretarias do Governo do Estado, Amupe e representantes da Assembleia Legislativa e do Governo Federal já confirmaram presença.
Assinam o documento: Fetape, Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, Contag.
CUT/PE, CTB, MST, MLST, CPT, Centro Sabiá, Serta, Fase, Centro Josué de Castro, LecGeo/UFPE, ICN, Coopagel, Assocene, Dieese, Fesan.
A entrega das diretrizes às autoridades acontecerá na Sede do Sindicato dos Bancários, no bairro da Boa Vista, no Recife.
São aguardadas cerca de 300 pessoas, entre trabalhadores rurais e urbanos da Zona da Mata, lideranças sindicais e de movimentos e organizações da sociedade civil.