Debate na Folha sobre julgamento no STF teve lançamento de livro Na Folha de São Paulo Um debate realizado ontem no auditório da Folha, em São Paulo, discutiu a segunda fase do processo do mensalão, que deve começar no STF (Supremo Tribunal Federal) na quarta-feira.

Participaram Joaquim Falcão, professor de direito constitucional da FGV Direito Rio, Pierpaolo Bottini, docente de direito penal da USP, e Pablo Cerdeira e Thiago Bottino, também professores da FGV.

O debate foi mediado pelo colunista Fernando Rodrigues. “O grande choque do mensalão é a defesa da moralidade dentro do processo legal”, disse Joaquim Falcão.

Ele e os demais concordaram que a segunda fase “se insere em novos tempos”, num momento de crescente desconforto da população com a corrupção e cobranças por punições.

Sobre o debate em torno dos embargos infringentes, recursos que poderão obrigar o STF a julgar novamente questões controversas, que dividiram o plenário no julgamento, Thiago Bottino afirmou que, “na dúvida, sempre se deve decidir a favor do réu” –ou seja, que a corte deve analisar todos os recursos.

Mesma opinião de Pierpaolo Bottini: “O acórdão do processo tem mais de 8.000 páginas, certamente há divergências e contradições num documento tão grande”.

Para Falcão, o “fator tempo será determinante” para a análise dos recursos, a partir da próxima semana.

Na primeira parte do julgamento, concluída no ano passado, 25 réus foram condenados no maior e mais longo processo da história do STF.

Após o debate, foi lançado o livro “Mensalão - Diário de um Julgamento”, organizado por Falcão.

Dividida em 16 capítulos, a obra reúne artigos da equipe montada pela FGV Direito Rio para acompanhar o julgamento –entre professores, pesquisadores e alunos.

As análises, em sua maioria, saíram antes na imprensa, inclusive na Folha.