Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem Após a morte do advogado Davi Lima Santiago Filho, de 37 anos, por receber uma descarga elétrica de um fio de alta tensão que estava solto de um poste, a Câmara do Recife despertou para a falta de investimentos em manutenção da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe).
Desde a tragédia, que completa quase três meses, foram tomadas iniciativas mais enérgicas para cobrar ações e prazos da empresa.
O vereador Marco Aurélio Medeiros (PTC) solicitou a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e uma audiência pública para investigar a má prestação de serviço.
Proposta de embutir fios no Recife ainda sem consenso entre especialistas “Na hora de exigir dos consumidores, a Celpe é dura, mas na hora de prestar serviço é ineficiente.
Temos notícias de que empresas pagam fortunas para usar os postes da Celpe, então ela não pode reclamar de dinheiro”, reclama o parlamentar.
A audiência está marcada para o dia 27 deste mês.
Marco Aurélio conta que, no encontro, vai pedir explicações da empresa sobre as notícias de que ela quer passar para a Prefeitura do Recife a responsabilidade de manter os postes.
O vereador também recebeu notícias de que empresas como as de telefonia pagam fortunas para utilizar os postes da concessionária e, mesmo assim, a manutenção não é realizada.
O pedido de instalação da CPI já foi protocolado.
De acordo com o regimento da Câmara, a Comissão tem 120 dias de atuação, podendo ser prorrogada pelo mesmo período.
Para iniciar os trabalhos efetivamente, é necessário o apoio de 1/3 dos 39 vereadores, ou seja, 13, o que, segundo o vereador, já foi viabilizado.
Ele diz, entretanto, que vai esperar o resultado da audiência para decidir se dará início à CPI.
O parlamentar também apresentou uma indicação à Celpe para embutir a fiação elétrica. “Sabemos que uma cidade como o Recife não é fácil fazer este trabalho.
Não podemos querer utopia, mas queremos que alguma ação comece.
A Celpe pode começar embutindo fios de um bairros e depois passa para outros”, observou.
Dez dias após a morte de Davi Lima Santiago Filho, outro homem faleceu após receber descarga elétrica.
Desta vez, na Avenida Abdias de Carvalho, no bairro dos Torrões, área central.
Neste último caso, a Celpe disse que o poste pertence à Prefeitura do Recife.
Semanas após a morte de Davi, a Companhia voltou a se eximir das responsabilidade, ao enviar uma carta ao pai da vítima afirmando que o fio solto não pertencia à concessionária.