Por Ayrton Maciel Do JC Online Ao sair em defesa do governo Eduardo Campos (PSB) contra os ataques da oposição aos contratos com a Ideia Digital na Assembleia, deputado Waldemar Borges (PSB) acabou atingindo o governo Jarbas Vasconcelos (PMDB), ex-adversário radical e hoje aliado do governador.
Indignado com “o terreno movediço das suspeitas”, como definiu, que a oposição estaria percorrendo, Borges quebrou o pacto informal de convivência no Legislativo que faz parlamentares se referirem a governos passados opositores sem citação direta ao governante ou a gestores.
O socialista – que não rebateu os ataques na hora do discurso, mas no momento do debate – retaliou ao lembrar que a deputada Terezinha Nunes (PSDB) era a secretária de Desenvolvimento Urbano de Pernambuco, no segunda gestão Jarbas, quando “foi denunciado um esquema nacional de sobrepreços e direcionamento de licitações da empresa Guantano”, com a qual a pasta estadual tinha contratos. “Esquema na secretaria que V.
Exa. era titular, mas jamais partiria de mim a exploração disso”, disparou.
Leia também: Oposição cobra explicações sobre denúncias de superfaturamento nas secretarias de Eduardo Campos O contra-ataque causou a fúria de Terezinha, que voltou à tribuna para pedir provas. “Estranho o deputado falar de fato que não se conhece.
Nunca fui chamada (para se explicar).
Minhas contas foram todas aprovadas pelo TCE.
Não há notícia de jornal citando o meu nome.
V.
Exa. age para atingir minha honra. É jogo baixo agir assim com a oposição”, revidou a tucana, acusando o líder do governo de “tentativa de intimidação para calar a oposição. “Ele (Borges) vai ter que explicar a insinuação.
Eu o desafio a provar o que disse”, provocou na saída.
Ainda no final da sessão, o deputado socialista negou que tenha feito ataque pessoal ou ao governo anterior, mas sim à postura da oposição (de acusar). “A Guantano teve até dirigentes presos”, lembrou Borges, para condenar quem tenta, segundo ele, “induzir conclusões” sobre o que está se investigando. “Não quero atingir a honra de ninguém, mas também não vou deixar o governo sofrer insinuações de que está omisso”.