Por Débora Duque e Bruna Serra Do JC Online Com a cúpula do Palácio do Campo das Princesas reunida em seu gabinete, o governador Eduardo Campos (PSB) respirou aliviado, nessa sexta-feira, diante da divulgação da notícia de que o filho do ex-secretário Anderson Gomes integra a equipe da empresa Ideia Digital, envolvida em denúncias da Polícia Federal (PF) de superfaturar de itens para as secretarias estaduais de Educação e Ciência e Tecnologia.
Pode parecer estranho, mas o simples fato de o secretário não integrar mais os quadros do Executivo estadual, no momento em que vem à tona a ligação familiar, fez o governador suspirar.
Avaliou Eduardo junto aos seus o fato de a exoneração, publicada no Diário Oficial na segunda-feira (29), afastar – na visão de goevrnistas – o governador do escândalo.
Descolar a imagem do socialista de problemas administrativos não é novidade na seara do PSB.
Leia também: Filho de ex-secretário trabalha na Ideia Digital Ex-secretário nega fraude em contratos com a Ideia Digital Em 2010, a mesma estratégia foi posta em campo para jogar no centro do caso Fundarpe a ex-titular do órgão, Luciana Azevedo.
As irregularidades no órgão foram constatadas através de uma auditoria especial feita pelo Tribunal de Contas (TCE).
No relatório, ficou evidenciada a contratação de bandas para shows que nunca ocorreram.
Trata-se da maior denúncia de irregularidade já constatada durante o governo Eduardo.
Outro que também já foi “entregue aos leões” para evitar danos a imagem do governador foi o deputado estadual Silvio Costa Filho (PTB), quando secretário estadual de Turismo na primeira gestão de Eduardo.
A Empetur teria pago cachês artísticos acima do mercado para a realização de um programa turístico de veraneio.
Noutro caso, as festividades natalinas de 2008, a entidade liberou verbas para shows-fantasmas.
Várias prefeituras envolvidas eram lideradas por prefeitos do PTB, mesmo partido do então secretário.
Fragilizado, Costa Filho pediu demissão após as denúncias.
Juntos, os dois casos envolveram um montante de R$ 57,9 milhões.
Desde que a Controladoria-Geral da União (CGU) apontou superfaturamento no preço na contratação de itens pelas secretarias de Educação e Ciência e Tecnologia, comandadas por Anderson Gomes, o ex-secretário foi isolado pelo governo estadual.