Foto: Bernardo Soares/JC Imagem Por Felipe Lima Do Jornal do Commercio desta sexta-feira (2).

O primeiro semestre de 2013 foi o que registrou o maior desembolso de recursos federais para Pernambuco através de convênios durante a gestão Dilma Rousseff.

Até junho, foram R$ 655,2 milhões.

O ritmo de transferência também foi o melhor para o período.

O montante equivale a 20,74% dos R$ 3,15 bilhões previstos para todo o ano (compare com os outros anos na arte ao lado).

As informações estão no Relatório Resumido de Execução Orçamentária do 3º Bimestre.

A prestação de contas foi entregue à Secretaria do Tesouro Nacional esta semana e publicada no Diário Oficial no mesmo dia em que o governador Eduardo Campos, possível candidato a presidente da República, criticava o Planalto por “tocar o Brasil matando Estados e municípios.” O crescimento no volume de convênios liberados para Pernambuco nos primeiros seis meses deste ano também foi expressivo: 48,2%.

Foram R$ 655,2 milhões contra R$ 441,9 milhões registrados no mesmo período de 2012.

A metralhadora de “aliado crítico” do governador mirou a estratégia de reduzir impostos federais para estimular a economia do País e a consequente redução nos repasses dos Fundos de Participação dos Estados (FPE) e Municípios (FPM) - recursos de vulto e mais importantes no conjunto de receitas dos entes da federação.

Ainda assim, os convênios, deixados de lado nos discursos de Eduardo Campos, têm relevância estratégica.

Basta ver que, entre 2007 e 2012, cerca de 20% de todos os investimentos em obras e serviços para melhorar a vida da população pernambucana são bancados por esse tipo de fonte.

Verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), por exemplo, estão inseridas nesse grupo de receitas.

O positivo primeiro semestre deste ano sofreu sérios riscos de figurar como o pior dos últimos três anos.

Entre janeiro e abril, o desembolso de convênios vinha em volume e ritmo aquém dos registrados no mesmo período de 2011 e 2012.

O impulso aconteceu no bimestre maio/junho.

Nesses dois meses entraram no cofre de Pernambuco R$ 367,78 milhões.

Dentre os maiores projetos financiados por esse recursos, ganham destaque os ligados a obras de infraestrutura hídrica.

No dia 31 de maio, o Ministério da Integração Nacional liberou R$ 107,14 milhões para a Adutora do Agreste.

E no dia 28 de junho, o mesmo Ministério autorizou o repasse de R$ 16,1 milhões para a construção da Barragem Serro Azul, na Zona da Mata Sul.

No ranking das 20 maiores obras em curso no Estado financiadas por convênios, segundo informações da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), três são de infraestrutura hídrica.

Fora desse grupo, merece destaque a requalificação e duplicação da BR-408, cuja última liberação de verbas aconteceu em março, no valor de R$ 37,8 milhões.

O secretário executivo de Orçamento e Captação da Seplag, Edilberto Xavier, comentou que já uma expectativa de superar este ano a marca de R$ 1,1 bilhão transferidos da União para o Estado em 2012.

Mas não se arriscou a apontar uma cifra.

Evitando politizar a questão, Xavier creditou o aumento e maior velocidade nos desembolsos à “capacidade do governo de Pernambuco de captar recursos e de apresentar projetos”.

Ele reforçou que os convênios são estratégicos para a política de investimentos do Estado, focada em “mobilidade, habitabilidade e recursos hídricos”.

Quanto ao baixo desempenho do começo do ano, Xavier comentou que pode ter ocorrido problemas no “fluxo” dos repasses, evitando, novamente, citar rusgas políticas.

Isso porque, apesar do bom desempenho no final do período, 2013 se tornou o ano em que o governador Eduardo Campos decidiu criticar sem piedade a gestão Dilma Rousseff.