Foto: JC Imagem Por Bruna Serra e Débora Duque Do JC Online O filho do ex-secretário estadual de Educação e de Ciência e Tecnologia, Anderson Gomes, é funcionário da Ideia Digital, empresa que firmou quatro contratos com as pastas já comandadas pelo pai.
Os vínculos contratuais estabelecidos entre a empresa e o governo do Estado estão sob investigação do Ministério Publico e do Tribunal de Contas do Estado a pedido da Polícia Federal, que identificou fraudes e superfaturamento nos contratos da Ideia Digital com a Prefeitura de João Pessoa, em 2009, período em que foi comandada por Ricardo Coutinho (PSB), atual governador da Paraíba.
Em dois contratos, o governo de Pernambuco tomou como referência os preços praticados na capital vizinha que, segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), estavam acima dos valores de mercado.
A relação trabalhista entre o filho de Anderson Gomes, que leva o mesmo nome do pai, e a Ideia Digital está divulgada em sua próprio perfil do Facebook, onde ele consta como “coordenador” da empresa.
Procurado pelo JC, o ex-secretário confirmou o vínculo, mas negou que o fato esteja relacionado à contratação da empresa pelas duas secretarias que comandou.
O ingresso do filho na empresa, segundo Gomes, aconteceu após todos os contratos terem sido assinados. “Ele passou por um processo seletivo e, hoje, está na área de logística da empresa.
Os contratos com o Estado foram suspensos e a empresa o manteve como funcionário pelo seu mérito”, afirmou.
Ele não soube especificar com exatidão a data em que o filho foi contratado.
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Anderson Gomes assumiu a pasta de Ciência e Tecnologia em abril de 2010 e permaneceu no cargo até dezembro daquele ano.
O contrato da secretaria com a empresa foi firmado nesse intervalo, em 2 de julho de 2010.
Já as três contratações feitas pela pasta de Educação aconteceram em 2 de março e 1º de julho de 2011 como também em 24 de maio de 2012.
Anderson Gomes foi titular da pasta de janeiro de 2011 até o início deste ano, quando foi designado para a assessoria especial do governador.
Sua exoneração da assessoria foi publicada na última segunda (29). “Tem gente que vai tentar estabelecer a relação entre uma coisa e outra, mas não existe.
Na época em que ele assumiu o cargo na empresa, eu cheguei a consultar algumas pessoas para saber se havia algum impedimento e não há”, disse o ex-secretário.
Ao todo, os quatro contratos firmados pelo governo do Estado com a empresa somam R$ 77,5 milhões A investigação da PF e da CGU sobre o caso de João Pessoa apontam superfaturamento de 200 a 500% por cada item adquirido.
Com base no relatório da CGU, é possível verificar que, em Pernambuco, também foram comprados equipamentos com valores majorados, totalizando um prejuízo de, pelo menos, R$ 1,4 milhão.
A PF também identificou um esquema para induzir a adesão à ata de registro de preço praticada em João Pessoas por entes governamentais de outros Estados.
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