Revoltados contra a imposição do processo de municipalização de algumas escolas estaduais, trabalhadores e alunos das escolas estaduais reuniram-se em frente à Secretaria de Educação (Seduc), na manhã desta terça-feira (30), para exigir soluções quanto ao problema.

Aos gritos de escola unida jamais será vencida, os meninos que estiveram em frente a Seduc reclamaram com rostos pintados e faixas. “Sem conversa com professores e pais de alunos, a Secretaria de Educação divulgou uma relação com o nome de 27 escolas estaduais que serão agora, da responsabilidade do município, o que fere a Constituição, quando o Estado se nega a oferecer o ensino fundamental, além da Lei de Diretrizes e Bases que desautoriza Eduardo Campos a acabar ensino Fundamental”, diz a entidade.

As queixas dos trabalhadores são devidos a problemas como: tempo de aposentadoria que vai ser mexido, as gratificações que perderão, não existem escolas municipais suficientes para agregar todos os profissionais, além da distância dos meninos para se deslocarem até outras unidades de ensino.

A pedagoga Mônica Siqueira, da Escola Elpídio de França, no Alto Nova Olinda, reclamou das imposições. “Sentimos que fomos jogadas, somos pedaços de pano.

O Estado não teve a menor consideração com o ser humano”.

Enquanto os meninos reivindicavam seus direitos no pátio da Secretaria, um grupo de sindicalistas, de trabalhadores e alunos das escolas entraram para conversar com o representante do secretário de Educação, Ricardo Dantas, que estava visitando o interior para levar o modelo de referência.

Quem recebeu os trabalhadores foi o secretário executivo de planejamento e gestão, Fernando Farias.

Na ocasião, representantes de 17 escolas foram ouvidos.

Entre os presentes, estavam os profissionais de educação vindos da cidade de Limoeiro, da Escola Estadual Suzel Galiza.

A secretária da escola, Tânia Cristina, trouxe um abaixo assinado da comunidade que se mobilizou contra a municipalização.

Durante 3 anos consecutivos, a unidade de ensino recebeu prêmio do IDEB. “Mesmo que as leis existam, elas precisam ser colocadas moderadamente, tendo em vista que o professor é um ser humano e perto dos problemas e da carência da comunidade, tem que se repensar antes de tomar decisões".

De Palmares, Robson Monteiro, da Escola Pedro Afonso, enfatizou o local de difícil acesso e destacou o desejo das pessoas de continuarem na escola.

O que reivindicamos são três pontos, assegurou Monteiro: o primeiro é a reconstrução do espaço físico, o segundo é a conclusão do ensino fundamental e o terceiro é contra a municipalização.

Após ouvir as diversas reclamações, a vice-presidente do Sintepe, Antonieta Trindade, sintetizou aos representantes do Governo e repassou a quem ainda estava na Secretaria de Educação esperando resposta da reunião e reivindicações da categoria. “Interrupção imediata do processo de municipalização, elaboração de um calendário de discussão sobre a realidade de cada escola e na quinta-feira (1), às 18h, quando teremos reunião na Secretaria de Administração, queremos receber esse calendário”, sublinhou Trindade.