Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem Do Jornal do Commercio desta terça-feira (30).

O mercado de imóveis novos na Região Metropolitana do Recife sofreu desaceleração no primeiro semestre deste ano, de acordo com o Índice de Velocidade de Vendas (IVV), medido pela Federação das Indústrias de Pernambico (Fiepe).

As vendas caíram 9,1%, enquanto a oferta cresceu 30%.

Por outro lado, o índice Fipe/Zap aponta que os preços do mercado, de um modo geral, ficaram 6,1% mais altos na capital- a sexta maior alta entre as 16 cidades avaliadas.

De acordo com o IVV, que foca em lançamentos, a velocidade das vendas foi medida em 11,4% no primeiro semestre deste ano, contra 15,3% do mesmo período do ano passado.

A aferição específica da quantidade de unidades vendidas mostra que, nos primeiros seis meses deste ano, foram comercializados539 imóveis, enquanto no mesmo intervalo de 2012 foram 593.

A redução do ritmo de negócios contribuiu para o aumento da oferta: a quantidade de imóveis novos disponíveis cresceu 30% neste semestre.

Presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi PE), Eduardo Moura avalia que os principais impactos no resultado do IVV foram a retenção de aprovações de projetos nas prefeituras da RMR, um desaquecimento geral no mercado consumidor, e a referência alta do primeiro semestre de 2012. “Um aspecto que é importante citar também é que geralmente a melhor fase de vendas de um empreendimento é quando ele é lançado.

Então, com menos lançamentos, as vendas são atingidas”, analisa o excutivo.

O IVV mostra que houve retração de 17,1% no volume de lançamentos.

Em relação à maior quantidade de produtos “na prateleira”, Eduardo Moura alerta que esse aumento da oferta não tratá impacto nos preço.

Ele esclarece que os produtos que já estão no mercado não terão seus preços alterados, assim como os futuros lançamentos não trarão redução de valores em relação ao que está disponível agora.

De acordo com Eduardo, isso ocorre primeiro porque o mercado vê esses resultados como uma oscilação dentro do aceitável, e depois porque os custos continuam pressionando a margem de lucro. “Esses resultados não nos preocupam”, destaca.

Preços Outro recorte do mercado mostra que os preços de imóveis no Recife ficaram 6,1% mais caros no primeiro semestre deste ano.

O dado faz parte do índice medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) considerando os imóveis anunciados no Zap.

O incremento na capital pernambucana é o sexto mais alto entre 16 cidades pesquisadas.

Dentre elas, somente Brasília teve resultado inferior ao Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), índice que acumulou 1,75% no período.

Segundo o presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis de Pernambuco (Sindimóveis-PE), Paulo Costa, os profissionais do segmento perceberam estabilidade nos preços cobrados pelos imóveis no Recife. “Teríamos que investigar melhor, mas acredito que pode ter havido uma alta maior no início do ano, o que teria elevado o total”, opina.

O levantamento Fipe/Zap mostra também que Recife tem, em média, o quinto metro quadrado mais caro entre as cidades pesquisadas, com R$ 5.429.