Por Jamildo Melo, editor do blog Nesta quinta-feira, diferentemente das outras pesquisas realizadas pelo Ibope e a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), o levantamento também analisou o impacto das manifestações sobre a avaliação de governadores.

No total, foram pesquisados 11 Estados (Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina).

O mais bem avaliado é o governador Eduardo Campos, pré-candidato do PSB à Presidência da República.

Eduardo tem 76% de avaliação positiva, de acordo com a pesquisa.

Seu governo também é o que possui melhor avaliação: 58% consideram sua administração ‘ótima’ ou ‘boa’.

As administrações menos populares, são, na ordem, Sérgio Cabral (Rio de Janeiro, com apenas 12% de avaliação positiva), Marconi Perillo (Goiás, com 21%), Tarso Genro (Rio Grande do Sul, com 25%) e Geraldo Alckmin (São Paulo, 26%).

A avaliação pessoal desses governadores segue a mesma lógica: Sérgio Cabral é o pior avaliado (29% de “ótimo” ou “bom”), seguido por Perillo (34%) e Alckmin (40%).

Eduardo Campos é seguido pelo governador do Paraná, o tucano Beto Richa (41%), e do Ceará, o também socialista Cid Gomes (40%).

Como não há pesquisa prévia em relação aos governadores, não é possível estabelecer uma comparação que permita mensurar a queda (ou crescimento) na sua popularidade.

Como explicar o bom desempenho de Eduardo Campos no levantamento?

De acordo ainda com dados da pesquisa, o governador é bem avaliado por conta de iniciativas como capacitação profissional, educação e geração de empregos.

No caso da capacitação profissional, é certo que Armado Monteiro Neto e o Sistema S cobrarão sua parte neste latifúndio, caso o senador saia mesmo candidato ao governo do Estado, em 2014.

A geração de empregos pode ser explicada por Suape, enquanto a saúde vem registrando avanços, como mostram os indicadores nacionais mais recentes.

O que complica a imagem do governador e do governo, de acordo com os dados da mesma pesquisa do Ibope, são o combate às drogas, a saúde e a segurança pública, em que pese os avanços do Pacto pela Vida.

Incrível como a questão das estradas não seja apontado como um problema mais grave na gestão.

Os dados da pesquisa mostram que Eduardo Campos aos poucos vai se credenciando como presidenciável do PSB.

A liderança no ranking formado por 11 governadores concede-lhe mais força, dentro e fora do partido, para sair como provável adversário de Dilma.

Os números mostram o estrago das ruas - em abril, uma pesquisa da Nassau no Recife apontava uma aprovação de 75% - mas como ele tinha muita gordura para queimar, acabou não perdendo tanto como os demais.

Todos os governadores caíram, salvo Roseana, no Maranhão.

O desafio de Eduardo é terminar bem o segundo governo, na maioria das vezes mais problemático e desgastante do que o primeiro, desde o advento da criação da reeleição.

Não deve ser por outro motivo que, depois da crise das ruas, o governador abandonou o Centro de Convenções e danou-se a andar mais pelo interior e inaugurar obras.

Neste momento, os socialistas defensores da candidatura própria do PSB devem estar torcendo para que a gestão Geraldo Júlio não patine.

Uma eventual queda de avaliação do governo municipal seria muito ruim para um Eduardo Campos candidato, uma vez que a capital pernambucana é uma espécie de vitrine para os socialistas.

Por fim, a melhor explicação para que Eduardo Campos não sofra com os índices que atormentam Sérgio Cabral é a oposição, que por aqui praticamente inexiste.

Além de diminuta, não tem conseguido emplacar um discurso mais contundente.

Neta semana que passou, mostrou-se até mesmo dividida.

O secretário tucano Pedro Eurico questionou os colegas que faziam barulho No Rio de Janeiro, os caras-pintadas (a turma de Lindbergh Farias, candidato a governador pelo PT) cresceram e estão fazendo política na rua, na porta do governador em pleno Leblon.

Quem imagina isto aqui, desde que os petistas tornaram-se burgueses gordos, após de 12 anos no poder.