Foto: Michele Souza/JC Imagem Por Jamildo Melo, editor do blog O empresário Anibal Freitas, dono da Geoteste Ltda e um dos fundadores da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi), está às voltas com a maior dor de cabeça de sua vida.

Teme perder em definitivo a empresa que construiu ainda em 1962, com sede no bairro de Monsenhor Fabrício, na Zona Oeste da cidade.

O pesadelo começo no ano passado, quando a gestão João da Costa decidiu desapropriar o terreno da sede da empresa, com 2,5 hectares, para a instalação de um habitacional, com o objetivo de alojar as pessoas retiradas das margens do Rio Capibaribe. “Eu procurei a URB em julho do ano passado e mostrei que estava funcionando, que eles iriam matar uma empresa que está em pleno funcionamento.

Não deram a mínima.

Disseram que não abriam mão do que estavam querendo.

Achei muito esquisito.

Como tenho ligações com o antigo PFL, só posso acreditar que estou sendo vítima de perseguição do PT.

O terreno é muito caro para fazer habitação popular”, avalia. “Eu esperava ter mais diálogo com a nova gestão, já que não havia nenhum com a gestão João da Costa, mas o que ouço é que eles não querem ter mais choque com o PT, pois já brigaram muito no ano passado”, observa.

No caso, para sua infelicidade, o espaço que o PT manteve na gestão Geraldo Júlio foi justamente a Secretaria de Habitação, comandada pelo petista Eduardo Granja, indicação pessoal do ex-prefeito João da Costa.

O empresário conta que a empresa está em dificuldades financeiras, nos últimos anos, com o decréscimo dos negócios, mas não tem interesse em fechar e dispensar os 100 empregados que mantém. “Não dá para entender essa decisão, pois há terrenos mais baratos do que o meu.

Há terrenos que não tem benfeitorias e que custariam até R$ 2 milhões.

O dono quer até ser desapropriado”, diz.

Como alternativa, nas vias alternativas, a empresa chegou a apresentar quatro alternativas, sem sucesso.

Um deles é um terreno dos Correios, no mesmo bairro, subutilizado.

Outros dois ficam justamente onde funciona o canteiro de obras da dragagem do Rio Capibaribe, às margens da BR 101.

A Prefeitura da Cidade do Recife depositou R$ 1,146 milhão pelo terreno, mas a Geoteste garante que há três laudos de oficiais de Justiça e de uma empresa chamada DMC apontando que o valor da propriedade com as benfeitorias soma R$ 10 milhões.

A querela foi parar na Justiça, onde a empresa apresentou um embargo contra a desapropriação.