Foto: Guga Matos/JC Imagem Com informações de Paulo Veras Começaram à 0h desta terça-feira (23) as obras da Parceria Público Privada (PPP) da Compesa, que prevê a ampliação, em 12 anos, da cobertura de esgoto de 30% para 90% nas 14 cidades do Grande Recife e em Goiana, na Zona da Mata Norte.
Nos primeiros cem dias de trabalho, o objetivo é realizar a manutenção da rede já existente.
Em coletiva de imprensa nesta manhã, a Compesa e a Foz do Atlântico, do grupo Odebrecht, - empresa que contratada por meio de licitação para executar o serviço - informaram que 64,6 mil metros da rede serão limpos e desobstruídos.
Além disso, o trabalho abrangerá 645 poços e 198 ruas.
De acordo com a Compesa, os primeiros “pontos de ataque” foram escolhidos com base em reclamações constantes de moradores e estão localizados em sete cidades: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Cabo de Santo Agostinho, Paulista e Abreu e Lima.
Embora a manutenção da rede existente ganhe carga nestes cem dias iniciais, a empresa tem dois anos para finalizar o serviço.
Além disso, haverá mais três anos para que todo o sistema atenda à legislação ambiental relativa ao tratamento de água.
A operação funcionará 24 horas por dia, com 1,6 mil profissionais.
Só no Recife, o Plano pretende limpar e desobstruir 15 mil metros da rede de esgoto e 150 poços.
As intervenções acontecem em 32 ruas de nove bairros: Ibura, Casa Forte, Ipsep, Graças, Espinheiro, Casa Amarela, Campo Grande, Santo Amaro e Boa Viagem.
No caso da recomposição do pavimento, as ações planejadas serão feitas pela Foz.
Nas demais, a Compesa fará o reparo, em parceria com as prefeituras.
Em 20 dias, será criado um site para centralizar as informações da PPP do Saneamento.
Cidade Saneada As ações da PPP passarão a ser chamadas, a partir de agora, como Programa Cidade Saneada.
De acordo com o presidente da Compesa, Roberto Tavares, a mudança de nomenclatura não tem nada a ver com a demonização da parceria durante a disputa eleitoral pela Prefeitura do Recife, em 2012. “Todo projeto tem que ter uma identidade”, disse Roberto.
Para ele, a população não compreende o significado da sigla PPP.
Por isso, a Compesa realizou uma pesquisa qualitativa e acabou chegando ao nome do Programa.
Segundo Roberto, a campanha eleitoral só serviu para desvirtuar o foco da discussão sobre a Parceria.
Ele disse, porém, que a politização do projeto não atrapalhou o cronograma de implantação da PPP.
Financiamento “Não vai faltar recursos para financiamento [do Programa]”, garantiu o presidente da Foz, Pedro Leão.
A companhia espera a resposta de alguns pedidos de crédito para custear os investimentos mais pesados do contrato.
O presidente da Compesa, Roberto Tavares, disse ainda que o valor de R$ 4,5 bilhões, em que está orçada a PPP, não passa de uma estimativa.
Da cifra, R$ 3,5 bilhões são da responsabilidade da Foz, enquanto R$ 1 bilhão é contrapartida da Compesa.
O que é inflexível, segundo Roberto, é que as ações estejam concluídas.
Se elas custarem mais ou menos, o orçamento de cada parte será alterado.