Do Jornal do Commercio desta terça-feira (23).
SÃO PAULO - O ex-presidente Lula tem usado parte de sua agenda para encontros com movimentos jovens após as manifestações de junho.
Na semana passada, chamou ao Instituto Lula militantes, representantes de movimentos sociais e redes sociais da internet.
Além de conversas com a UNE, juventudes do PCdoB, PT e de entidades como MST e CUT, Lula convidou os grupos “Existe Amor em SP” e “Circuito Fora do Eixo” para tentar entender o motivo dos protestos.
Segundo Pablo Capilé, do Fora do Eixo, os encontros mostraram um líder preocupado em abrir um “diálogo com a juventude”.
Na reunião, Lula defendeu como prioridades os temas de direitos humanos, comunicação, meio ambiente, cultura e juventude.
Para o secretário da Cultura de São Paulo, Juca Ferreira,também chamado para a conversa, há interesse do petista em entender as demandas. “Os partidos foram longe demais na insensibilidade com os movimentos populares”, disse Ferreira.
Na última quinta (18), Lula falou por quase três horas para alunos de uma universidade em São Bernardo do Campo.
Fez um discurso cheio de informalidade, respondeu a perguntas da plateia, foi aplaudido e deixou o auditório em meio a um empurra-empurra de popstar. “Você é paraguaio?”, indagou Lula quando um estudante pedia para posar com ele, enquanto seguranças tentavam impedir o assédio.
Ao discursar, Lula buscou interação com a plateia. “Mostra a faixa aqui na frente.
Aí atrás ninguém vai ver”, disse a estudantes que protestavam no auditório.
O protesto era um pedido de apoio dele em favor de moradia estudantil.
Sem citar o grito de “sem partidos” ouvido nas ruas, Lula disse que “a pior coisa que pode acontecer no mundo é a gente aceitar a negação da política”.