Da Agência Estado O papa Francisco alerta que a crise mundial ameaça transformar uma geração inteira de jovens em uma geração perdida, e que muitos podem jamais encontrar um trabalho.
Em declarações durante o voo entre Roma e o Rio de Janeiro, o papa deixou claro sua preocupação social e, diante dos protestos no Brasil, confirmou: “sua visita vem em um momento muito oportuno”.
Menos de duas depois de decolar, sobrevoando o deserto do Saara, o papa saiu da primeira classe e se encontrou com os jornalistas no fundo do avião.
Não aceitou perguntas, alegando que não sabe dar entrevistas.
Numa declaração feita entre as poltronas do avião e cercado por jornalistas, o argentino revelou sua preocupação com a exclusão social de jovens e idosos. “Essa primeira viagem é para encontrar os jovens.
Mas não no isolamento e sim no contexto de sua sociedade.
Quando isolamos os jovens, fazemos uma injustiça.
Eles pertencem a uma família, a uma cultura, a um país, a uma fé.
Não podemos isolá-los da sociedade”, disse o papa. “Por isso quero encontrá-los em seu tecido social”, insistiu. “É verdade que a crise mundial não tem sido suave com os jovens.
Li na semana passada quantos deles estão sem trabalho e acho que corremos o risco de criar uma geração que nunca trabalhou”, alertou o papa. “Trabalho dá dignidade a pessoa e a habilidade de ganhar o pão.
A juventude está em crise”, alertou. “Estamos acostumados com uma cultura descartável.
Fazemos isso com frequência com os idosos e, com a crise, estamos fazendo o mesmo com os jovens.
Precisamos de uma cultura de inclusão”, apelou o papa.
Para ele, o problema não é apenas o isolamento dos jovens. “É verdade que são o futuro do povo, que têm energia.
Mas eles não são os únicos que representam o futuro, os idosos também.
Os jovens são porque são fortes e os velhos porque têm a sabedoria” declarou. “Algumas vezes somos injustos com os velhos, como se não tivessem nada a nos dar.
Mas eles têm a sabedoria de história, pátria e família que precisamos”, disse o papa.
Mantendo sua simplicidade, ele pediu aos jornalistas que o ajudassem na viagem “para o bem da sociedade”, e concluiu com sua declaração que já virou tradicional, “um abraço a todos”.
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