Por Fernando Castilho Na coluna Jc Negócios do Jornal do Commercio desta quinta-feira (18).
A vida está ficando difícil para o varejo.
Inflação em alta (acima da meta do governo), dólar mais caro (que aumenta os preços na ponta), juros mais elevados (que encarecem o crédito na loja) e baixa produção industrial(que reduz a oferta geral) acabam criando um cenário que o lojista odeia.
O freguês fica chato: evita novas compras a prazo e prioriza o pagamento do carnê e a renegociação das dívidas.
Passa longe da vitrine.
Tem mais: as chamadas dívidas não bancárias, aquelas que juntam cartões de crédito, financeira, crediário de lojas em geral, empresas de telefonia, energia elétrica, água etc., já mostram claramente isso no primeiro semestre do ano, quando tiveram o maior crescimento de inadimplência do ano com 12,6%.
Pelas contas do SPC Brasil, as vendas tiveram o menor crescimento anual já registrado desde janeiro de 2012 com minguados 0,67%.
Se você desconta a inflação, o índice é negativo.
E o diabo é mesmo a inflação.
Importa pouco a presidente dizer, como falou ontem, ter certeza que vamos fechar o ano com a inflação dentro da meta.
O nó está exatamente em fechar o ano dentro da meta.
Porque na conta da dona de casa isso quer dizer um estouro geral na despesas da família.
E aí o astral da compra vai para o espaço.