Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem No momento em que a população do país vai às ruas questionando as tarifas, a qualidade e a crise do atual sistema de transporte público baseado no modal rodoviário, a Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro), a Fenacontas, federação que agrega os Servidores dos Tribunais de Contas, e a Associação Nacional do Ministério Público de Contas (Ampcon) se unem para cobrar auditorias sobre os contratos das empresas de ônibus.

A atividade se realizará nesta quarta-feira (17), às 9h, na sede do sindicato dos bancários, no bairro da Boa Vista.

Na ocasião, os dirigentes das entidades envolvidas assinaram o documento que reivindica a auditoria do trasporte público e respondem questionamentos da imprensa pernambucana.

O movimento vai requerer formalmente aos Tribunais de Contas dos estados uma análise detalhada dos contratos em vigor entre empresas de ônibus e governos para identificar possíveis distorções e trazer ao conhecimento da sociedade os termos em que são celebrados esses contratos, suas receitas, despesas e repasses de dinheiro.

De acordo com Diogo Morais, vice-presidente da Fenametro e Presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco, “desde o início das manifestações populares o tema central é o transporte público, o que faz com que nossa iniciativa ganhe força ao se aliar com o sentimento da população que não entende por que os governos continuam a optar pelo já esgotado transporte rodoviário”.

Segundo o presidente da Associação Nacional do Ministério Público de Contas, Diogo Ringenberg, a ideia é utilizar a competência constitucional e o corpo técnico dos tribunais de contas nas auditorias e, por estar em plena sintonia com os movimentos sociais, a tendência é de que a proposta alcance amplitude nacional em defesa da transparência e da moralidade na gestão do transporte público e de investimentos no sistema metroferroviário.

Em reunião no dia 26/07 aqui no Recife representantes das duas federações e dirigentes de movimentos sociais definiram uma agenda básica e articulações para realização do projeto.“Para que as mudanças aconteçam é necessário que os cidadãos entendam como e quanto lucram as empresas de ônibus e porque as pessoas continuam sendo mal atendidas quando utilizam esse transporte” declarou Ricardo Souza – presidente da Fenacontas.

Em tempos em que a presidente Dilma propõe em cadeia nacional a mudança da atual matriz dos transportes públicos liberando mais 50 bilhões para o transporte sobre trilhos, o momento é de cobrar dos governos a reavaliação, quanto ao modal de trasporte implementado nas cidades.

Hoje, ao que se vê, o modelo sobre rodas tem beneficiado apenas um restrito grupo de empresas que se utilizam de uma concessão pública para faturar alto com serviços de baixa qualidade para a população. “Queremos contribuir de forma concreta para as transformações do atual sistema de transporte público e dar respostas positivas aos graves problemas que enfrentamos na mobilidade dos grandes centros urbanos” completou Ricardo Souza.